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Reportagens Antigas do Jornal Saúde

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Cientistas britânicos debatem uso medicinal da maconha

Três artigos científicos publicados em uma respeitada revista especializada britânica refletem as polêmicas sobre os efeitos negativos e positivos que a maconha pode ter sobre o organismo humano. De acordo com

Andrew Johns, especialista em psiquiatria forense do Hospital Maudsley, de Londres, a droga pode ter efeitos nocivos para pessoas que sofrem de distúrbios mentais - especialmente para os esquizofrênicos.

Já o psiquiatra Philip Robson, da Universidade de Oxford, concluiu que o mesmo ingrediente da maconha que deixa os usuários "doidões" ajuda a amenizar sintomas de doenças como o câncer, a esclerose múltipla e a Aids.

Por outro lado, a pesquisadora Heather Ashton afirma que ainda não está claro se a maconha pode trazer efeitos permanentes para as atividades mentais de usuários, mesmo aqueles que utilizam a droga com grande freqüência.

Esquizofrenia

Os três artigos foram publicados na mais recente edição do British Journal of Psychiatry.

Johns expressa em seu texto preocupação quanto aos efeitos que o uso da maconha para fins medicinais pode ter para o estado mental dos pacientes.

Citando como exemplo os esquizofrênicos, o psiquiatra forense argumenta que "eles não podem ficar utilizando drogas inconseqüentemente".

Em sua opinião, esse tipo de problema deve ser levado em conta por qualquer pessoa que defenda a aprovação de leis que permitem o uso da maconha e outras drogas para fins medicinais.

Efeitos colaterais

Já o psiquiatra Philip Robson não vê tantas restrições no uso medicinal da maconha.

Entre os efeitos positivos da droga no tratamento de doenças, ele cita que pacientes que têm câncer vomitam menos e sentem náusea com menor freqüência.

Ainda segundo ele, doentes que sofrem de esclerose múltipla têm menos dores musculares, e aidéticos ficam com mais apetite e perdem menos peso como resultado de tratamentos à base de maconha.

Robson complementa o estudo afirmando que os efeitos colaterais da maconha - como tonturas e embaçamento da visão - devem ser comparados com os que são causados por outras drogas utilizadas no tratamentos dessas doenças.

Popular entre os jovens

Já Heather Ashton afirma que os efeitos da maconha afetam todo o organismo, já que combinam propriedades do álcool, substâncias alucinógenas, opiáceos e tranqüilizantes.

"Mas ainda não está claro se ela causa problemas cognitivos permanentes em usuários que consomem a droga durante muito tempo", afirma ela.

Sua pesquisa chegou à conclusão de que a maconha continua popular entre os adolescentes - 60% dos estudantes britânicos já provaram a droga, e 1 em cada 5 a consomem pelo menos uma vez por semana.

Ela também encontrou diversos jovens que fumam até 15 baseados por dia.

Fonte: bbc

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