imprescindíveis
para às funções básicas dos seres vivos, como metabolismo, equilíbrio mineral do
organismo e conservação de certas estruturas e tecidos.
As vitaminas só começaram a ser
estudadas no início do século XX pelo químico polonês Casimir Funk, que comprovou a
importância de tais compostos em 1912. Atualmente, sabe-se que as vitaminas A, C e E,
além de importantes para o crescimento e desenvolvimento do organismo, atuam
principalmente nas doenças degenerativas, tais como: câncer nos pulmões, cavidade oral,
estômago e esôfago.
Nos últimos vinte anos, tem-se
documentado na literatura médica a relevante ação do b -caroteno (componente da
vitamina A) na redução do risco de câncer. Apesar dos avanços tecnológicos, químicos
e biológicos, especialmente na área da engenharia genética, as dificuldades de
investigações nesta área são decorrentes de múltiplas etapas, que se sucedem no
decorrer de um longo período no processo carcinogênico.
O câncer é uma doença cuja
característica principal é o desenvolvimento atípico das células que invadem e
destroem tecidos sadios. A palavra vem do latim: câncer, que significa caranguejo, devido
à semelhança entre as patas dos crustáceos e os tentáculos do tumor, que se infiltram
nos tecidos normais do corpo.
O câncer provoca mais de 4 milhões
de mortes por ano em todo o mundo, estudos comprovam que 30% dos casos mundiais da doença
ocorrem no pulmão. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCa), depois das
doenças do aparelho circulatório, o câncer é a segunda causa de morte, responsável
por 94.150 óbitos, em ambos os sexos.
As causas do câncer não estão
seguramente estabelecidas, mais existem alguns fatores que potencializam o risco de sua
manifestação.Podem ser percebidos visualmente, quando atinge a pele; por exame retal, no
caso da próstata; por endoscopia, no estômago, por raio X, exames de sangue e urina;
pelo tato, na mama. A hereditariedade relaciona-se com a maior propensão à doença.
Em 1925, Wolbach e Howe descobriram
uma possível associação entre vitamina A e câncer. E em 1926, Fujimaki realizou um
estudo no qual comprovou que ratos com deficiência de vitamina A desenvolveram câncer
estomacal.
Nos últimos anos, a literatura vem
demonstrando uma associação cada vez mais freqüente entre baixas taxas de vitamina A e
alta incidência de câncer.
Supõe-se que a ação de vitamina A
na prevenção e reversão de neoplasias se daria através do retinol, que teria efeito e
influência na diferenciação do epitélio celular; inibição e intervenção na
ativação do carcinoma; estimulação da atividade imunológica.
As evidências epidemiológicas
observacionais disponíveis sobre a relação entre b -caroteno e câncer, descritas na
literatura, demonstram uma grande associação entre consumo de frutas e vegetais ricos em
carotenóides e risco de câncer, estas evidências sugerem que pessoas que consomem três
ou mais porções de frutas e vegetais ricos em carotenóides diariamente, têm menor
probabilidade de desenvolver câncer de diferentes tipos, estudos apontam que o b
-caroteno seria o fator responsável pelo efeito protetor contra tal doença, associado à
ingestão de vegetais verdes e de vitamina A. Existem algumas dúvidas sobre o papel do
retinol, já que a maioria das dietas estudadas era constituída de fonte de vitamina A
elevando a concentração de b -caroteno no sangue.
Ainda a associação entre vitamina
A e câncer, tem gerado uma explosão de interesse nos mecanismos de ação dos
retinóides na prevenção e terapia desta doença. Estudos disponíveis podem fornecer
evidências de que a decarboxilização de ornitina está presente no crescimento de
tecidos normais e neoplásicos. A vitamina A e seus análogos inibem a ornitina
decarboxilase induzidos por TPA (tetradecadenol forbol 13-acetato), na forma de papiloma
de pele.
Pairam muitas dúvidas sobre o papel
da enzima ornitina decarboxilase no controle da diferenciação de células na
carcinogênese. Há a necessidade de se investigar diferentes mecanismos de ação
através de trabalhos experimentais, a fim de esclarecer a correlação proposta através
de estudos em humanos.
A gap junctions é uma membrana
estrutural intercelular que conecta células epiteliais adjacentes, tem um papel central
na regulação da organização do tecido, coordenação e controle do crescimento. Tem-se
notado que muitas gap junctions desaparecem durante a carcinogênese.
Tem-se proposto mecanismos de ação
anticarcinogênicos, tais como: fontes de retinóides (retinol e ácidos retinóicos);
ações antioxidantes; modulador das gap junctions como regulador da síntese endógena de
colesterol. Estes efeitos sugerem que retinóides podem exercer suas atividades
antineoplásicas em diferentes mecanismos celulares, tendo sido comprovados in vitro e em
alguns casos, em vivo .
TRATAMENTO
Ainda não se dispõe na rotina
terapêutica, normatização do emprego ou indicação da vitamina A na prática médica
como tratamento em caso de câncer. Sabe-se que na clínica ginecológica já vem sendo
amplamente usada a vitamina A nos tratamentos de tumores benignos de mama. Muitas
pesquisas e estudos estão sendo realizados nesse sentido, pois, o conhecimento hoje já
autoriza afirmar que baixas taxas de vitamina A são danosas ou mesmo letais ao organismo,
bem como, a taxa normal de vitamina A minimiza o risco de câncer.
Contudo, permanece a recomendação
dos organismos internacionais para se consumir dietas variadas, ricas em frutas e
vegetais, como uma estratégia de prevenção contra o câncer.
Os efeitos da Vitamina A no organismo, sem sombra de
dúvidas estão comprovados. Entretanto, sente-se a necessidade de maiores estudos para
controle e intervenção mais eficazes das neoplasias no organismo humano, através de um
maior entendimento sobre os mecanismos envolvidos na absorção, transporte,
distribuição para os tecidos e metabolismo em geral, a fim de elucidar a associação
entre a vitamina A e o câncer.
Fonte: Saúde em Movimento |