O médico aconselha os
pais ficarem atentos aos sinais dados pelo organismo. "Quando a criança tem
problemas de visão, alguma coisa dá o sinal", diz. Não há uma fase específica da vida em que os problemas visuais se
manifestam com maior intensidade. Entretanto, se diagnosticados na primeira infância,
podem ser resolvidos ou amenizados.
Até os cinco anos de idade o nervo óptico está em
desenvolvimento, a criança está aprendendo a enxergar, está montando o que os
oftalmologistas chamam de plasticidade do sistema nervoso.
Se, por algum problema ela monta seu campo visual
com prejuízos, não há como modificá-lo no futuro.
Por exemplo: uma criança portadora de catarata
congênita, não tratada nos primeiros anos de vida, mesmo que mais tarde se submeta a uma
cirurgia para substituição do cristalino, não enxergará como um adulto normal que
realizou a mesma cirurgia, pois sua base visual é limitada.
Aprender
a observar
Felizmente, a maioria dos problemas visuais de maior
gravidade são facilmente identificados. O estrabismo pode indicar alguma deficiência
visual.
No glaucoma congênito, o globo ocular se apresenta
dilatado por causa do aumento da pressão intra-ocular. Quando há catarata congênita, a
pupila fica branca.
Um sintoma que também indica baixa acuidade visual,
é o movimento involuntário e convulsivo dos globos oculares de um lado para o outro ou
de cima para baixo. Chamado de nistagmo, está relacionado à incapacidade dos olhos de
manterem o foco visual.
"Todas essas doenças, se detectadas
prematuramente podem ser tratadas e seus portadores levar uma vida normal", informa
Kniggendorf.
Se durante a gravidez a mãe sofrer alguma
infecção, uma toxoplasmose, uma rubéola, ou outra alteração viral, a visão da
criança também poderá ser alterada.
Mães soropositivas estão mais sujeitas ao
citamegalovírus, vírus comum, com o qual praticamente metade da população já teve
contato sem prejuízos maiores, mas que em imunodeprimidos, como os portadores do HIV,
gera problemas como a perda da visão.
No geral, os vírus interferem no desenvolvimento e
formação da retina ainda no útero, provocando cicatrizes responsáveis pela perda da
acuidade visual. Deficiências visuais de menor intensidade como a miopia podem se
manifestar por outros meios: crianças com dificuldade em andar ou com problemas de
relacionamento pessoal podem, na verdade, estar enxergando mal.
Leitura
precoce
Antigamente acreditava-se que a leitura prejudicava
a visão, pois as crianças que preferiam ler a realizar outras atividades tinham
problemas de visão.
Hoje se sabe que o raciocínio correto é o inverso:
a criança míope escolhe ler ou realizar tarefas próximas ao seu corpo, porque tem
dificuldade em participar de atividades que requerem um campo visual maior.
No caso da miopia, da hipermetropia, do
astigmatismo, o diagnóstico precoce não impedirá seu desenvolvimento, mas permitirá ao
portador recuperar a visão total com corretivos (óculos, lentes).
Para o bebê o mundo é o que ele pode tocar. Nessa
fase é difícil perceber as disfunções visuais de menor intensidade. Para saber se
está tudo bem, Kniggendorf sugere um teste: tampe um dos olhos da criança por alguns
segundos e verifique sua reação, repita o procedimento com o outro olho.
Se, durante o teste, a criança permanecer normal,
é porque tem a visão é normal. Ao contrário, se ela reclamar, é porque você está
cobrindo o olho bom e ela possivelmente não está conseguindo enxergar perfeitamente com
o outro.
(Com informações da Agência
Brasil)
Fonte: CNN |