Fernando Lima Reis e Akira
Homma. Segundo os
pesquisadores, mediante a utilização de estratégias da transgênese, será possível
tratar de doenças graves que atacam o organismo humano, como Aids, fibrose cística e as
tipicamente tropicais, como a malária.
O desenvolvimento de recursos da biotecnologia
também se tem mostrado muito promissor na área de saúde animal.
A vacina de DNA decorre da introdução direta do
gene codificador da proteína antigênica, que será expressa no interior das células do
receptor.
Esse tipo de vacinação apresenta uma grande
vantagem, pois fornece para o organismo hospedeiro a informação genética necessária
para que ele fabrique o antígeno com todas as suas características importantes para
geração de uma resposta imune.
Segundo Reis, o desenvolvimento de uma vacina
comestível a ser utilizada nos bovinos, já é estudado.
"O alimento em questão possibilitará a
formação de rebanhos resistentes a determinadas doenças, como a febre aftosa",
assegura.
Diabetes
A primeira aplicação comercial da biotecnologia
ocorreu em 1982, com a produção da insulina humana para o tratamento da diabetes.
Para fornecer insulina em quantidades necessárias,
o gene que produz a insulina humana foi isolado e transferido para a bactéria Escherichia
coli. As bactérias se multiplicaram e cresceram em tanque de fermentação, produzindo a
proteína insulina que, a partir daí, foi isolada e purificada.
Entre outros exemplos de produtos obtidos pela
biotecnologia pode-se citar o interferon-alfa-2b e interferon-beta, o fator
anti-hemofílico, empregado no tratamento da leucemia, da esclerose múltipla e hemofilia
A, e o hormônio de crescimento humano (somatotropina).
Menos reações
adversas
As vacinas convencionais utilizadas hoje provocam
sérias reações adversas, como alergia, convulsões, febre, além do ato de a
vacinação causar notável desconforto em crianças.
A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é
tida como uma das vacinas com evento adverso mais grave, pois pode causar meningite. A
vacina de febre amarela era a mais segura até dois anos atrás. Hoje, há três casos de
morte associados a ela.
Para Akira Homma, diretor do Laboratório
Biomanquinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a vacina DNA, além de diminuir os
efeitos colaterais que podem ser gerados pelas vacinas comuns, acabaria com os problemas
de segurança relacionados àquelas em que vetores (bactérias, fungos ou vírus
atenuados) são empregados.
Nesse caso, pode haver a presença de impurezas ou
contaminantes além de possível reversão à virulência do vetor.
Na opinião de Homma, vacina considerada segura é
aquela sem reações adversas. "Como é aplicada em pessoas saudáveis, é normal que
haja reação do organismo, mas não eventos adversos", explica. E isso é
imprescindível para a manutenção da confiança da população no medicamento.
"A segurança e aceitabilidade andam
juntas", complementa o estudioso.
Dos países em desenvolvimento, o Brasil é o com
melhor programa de imunização.
Há 27 vacinas licenciadas e outras que estarão à
disposição da população em breve. Nos Estados Unidos são licenciadas apenas seis
vacinas a mais, com a diferença de que lá são investidos US$ 1 bilhão no incremento de
outras vacinas.
Fonte: CNN |