respeitadas e
informadas pelos adultos, segundo advertem os psicólogos. "O primeiro procedimento a ser tomado é estabilizar as crianças,
levando-as para longe do estímulo", explicou a psicóloga e especialista em traumas,
dr. Patty White, em entrevista à CNN.
White treina integrantes de equipes de resgate,
principalmente os que chegam primeiro a cenas de desastres -- como policiais, bombeiros e
paramédicos--, para lidar com crianças em momentos de crise.
"Primeiro temos que acalmar as crianças e,
depois, deixar que falem sobre o que passa em suas cabeças", disse White. "É
muito importante que as crianças conversem o quanto antes sobre o que aconteceu, mas não
devemos forçá-las".
Reunir as crianças com suas famílias o quanto
antes após um trauma é fundamental, segundo o professor Russell Sabella, da Universidade
Gulf Coast, na Flórida.
"Você precisa ajudá-las a estar em um lugar
onde possam permancecer calmas e falar sobre o que aconteceu", disse.
As
perguntas mais difíceis
Segundo Sabella, um conselheiro, pai ou professor
precisa controlar as emoções desagradáveis que as crianças venham a sentir após o
incidente traumático.
"Crianças não são miniadultos, mas são bem
sofisticadas", opina Sabella. "Elas podem sentir medo ou sentimentos desconexos
e podem fazer perguntas como "Como isso pôde acontecer, pois somos a nação mais
poderosa do planeta? Como poderíamos ter prevenido isso?"
Não há respostas já redigidas para essas
perguntas difíceis. Sabella usa duas regras quando orienta conselheiros para lidar com as
questões mais difíceis: ser sincero e honesto.
"Coisas más acontecem e, por mais que tentemos
preveni-las, podem acontecer de qualquer maneira", diz.
Sabella aconselha os adultos a lembrar as crianças
que o mundo ainda é relativamente seguro e eventos como os ataques em Nova York e
Washington ainda são raros.
Já White adverte os adultos a limitar
especulações e rumores sobre qualquer tipo de desastre que possa acontecer na presença
de crianças.
"Os adultos devem ser abertos e honestos,
deixando as crianças saber que não há curas rápidas", diz.
O mais importante, tanto para Sabella como para
White, é dizer para as crianças que se pode ficar triste e com raiva.
"Algumas vezes, nossas reações nos pegam de
surpresa", comenta White. "Todos nós estamos tristes e todos ficamos imaginando
que algo assim poderia acontecer conosco. O sentimento de estar fora de controle é uma
das piores coisas que pode acontecer a um ser humano e precisamos nos dar permissão para
reagir".
White diz que as escolas devem, particularmente,
ficar alertas às necessidades das crianças de falar sobre essa tragédia, tanto agora
como nas próximas semanas e meses.
"Precisamos deixar as crianças viver o
momento", aconselha White. "Dizer às crianças que isso não é um filme e que
é irrevogável. Mas, a vida deve continuar. Não será a mesma, mas deve continuar".
Fonte: CNN |