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Reportagens Antigas do Jornal Saúde

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Suecos realizam primeiro transplante de pulmão de
doador morto

Cirurgiões suecos anunciaram ter conseguido pela primeira vez transplantar um pulmão de um doador morto sem batimentos cardíacos, usando uma nova técnica que poderá resolver o problema da escassez de órgãos doados.
Os órgãos usados em transplantes são normalmente removidos depois que o doador é declarado morto, mas enquanto seu coração ainda está batendo. Pela nova técnica, o pulmão é resfriado e preservado dentro do corpo do doador de modo que pode ser removido até 24 horas depois de o coração parar de bater.

"Em termos de pulmão, estou convencido de que isso elimina completamente a escassez de órgãos doados," disse professor Stig Steen, do Hospital Universitário de Lund.

O professor sueco descreveu a nova técnica em artigo publicado na revista The Lancet, edição desta sexta-feira. Em outubro, o cirurgião transplantou um pulmão de uma vítima de ataque cardíaco em uma mulher de 54 anos, que está passando bem.

Steen disse que pretende realizar oito desses transplantes nos próximos meses. A nova técnica, que vem desenvolvendo há dez anos, dá aos familiares mais tempo para ficar com o morto e tomar uma decisão sobre a doação.

 

Certeza da morte

A demanda por órgãos doados ultrapassa muito o suprimento. Na Europa, 50.000 pessoas aguardam transplantes e a demanda aumenta em cerca de 15 por cento por ano. Tal situação gerou um comércio ilegal.

Ao contrário de outros órgãos vitais, os pulmões não necessitam de circulação sangüínea para que possam ser transplantados. Se forem resfriados com uma solução injetada na primeira hora depois da morte, podem ser mantidos dentro do doador e transplantados até 24 horas mais tarde.

Os pulmões de pessoas que sofreram uma morte súbita de ataque de coração ou hemorragia cerebral são os mais adequados para a técnica.

O professor disse acreditar que a nova técnica promoverá um aumento na doação de pulmões porque os familiares terão absoluta certeza de que o doador está morto.

"Quando se está junto a um corpo frio, pode-se estar certo de que é um morto," explicou Steen. "Quando há a morte e o coração ainda está batendo, é preciso confiar que os médicos fizeram um diagnóstico certo."

Fonte: CNN

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