"Não há razão porque as
pessoas devam ficar assustadas," disse dr. John Scurr, cirurgião vascular no
Hospital de Middlesex, em Londres. "Voar em hoje em dia, de fato, está mais seguro
do que nunca." Scurr e sua equipe examinaram 200 passageiros antes de depois de
realizarem viagens de longa distância com duração de pelo menos oito horas. Embora 10
por cento dos examinados tenham desenvolvido pequenos coágulos, nenhum se tornou problema
grave. O problema dos coágulos relacionados
à viagem tem sido alvo de estudos recentemente. Os médicos em um hospital perto do
aeroporto Heathrow atribuíram à condição 30 mortes nos últimos três anos. Em
outubro, uma mulher de 28 anos morreu depois de viajar da Austrália para Grã-Bretanha.
Os coágulos sangüíneos são formados, principalmente nas
pernas, quando a pessoa passa por longo período de inatividade. Raramente, segundo os
médicos, os coágulos se desprendem e são levados para o pulmão ou coração,
bloqueando o fluxo de sangue, o que poderia ser fatal.
"Foi chamada equivocadamente de 'síndrome da classe
econômica'," disse Scurr. "Porque pode na realidade afetar qualquer pessoa no
avião, passageiros de primeira classe e executiva."
"Afeta também as pessoas que viajam de trem ou
embarcações e até mesmo as pessoas que ficam sentadas frente à mesa de trabalho por
longo período," ressaltou. A maioria das pessoas não estão sob risco, segundo os
médicos, que apontam um perigo maior para quem sofreu cirurgia, idosos, para quem já
teve antes algum coágulo. O fato de tomar hormônios e pílula anticoncepcional aumenta
ligeiramente o risco.
Os pesquisadores, em estudo publicada na revista britânica
The Lancet, disseram que se pode reduzir o risco potencial de coágulo usando meias
elásticas, que pressionam as veias de modo a aumentar a circulação sangüínea. Nenhum
dos participantes do estudo que usaram meias tiveram coágulos.
Os pesquisadores disseram ainda que manter-se ativo durante
o vôo, mexendo os pés para cima e para baixo, bebendo muita água e não muito álcool,
também ajuda a reduzir o risco.
"Trata-se realmente de uma mudança de nossos
hábitos," disse Scurr à Associated Press. "Há uma idéia generalizada
recentemente de que as pessoas entram no avião, bebem muito e caem no sono, e tudo bem.
É sobre isso que queremos chamar a atenção.
Os pesquisadores planejam realizar estudos mais profundos
sobre os coágulos relacionados à viagens. Disseram ter esperança de saber mais dentro
dos próximos dois anos." (Com informações da correspondente da CNN Fionnuala
Sweeney e Associated Press).
Fonte: CNN |