Mas, o nível de doações
no país cai cerca de um por cento ao ano, deixando os estoques baixos e levando os
pesquisadores a uma constante busca por uma alternativa. "Queremos encontrar novas maneiras de obter as funções do
sangue", disse Franklin Berger, um analista da J.P. Morgan. "O número de
pessoas que doam sangue está caindo e, ao mesmo tempo, a demanda está aumentando".
Restrições para doações, incluindo a exclusão
de pessoas que viveram na Europa ou viajaram ao continente, por causa do medo do mal da
vaca louca, além de crenças religiosas, já haviam levado os pesquisadores a criar
outros métodos para suprir as necessidades das transfusões de sangue.
Entre esses métodos estão a reciclagem do próprio
sangue do paciente durante uma cirurgia, o uso de técnicas cirúrgicas menos agressivas e
um tratamento para aumentar o número de glóbulos vermelhos no sangue antes de uma
operação.
O chamado dilatador de plasma também é normalmente
utilizado para diluir o sangue do próprio paciente, aumentando seu volume de maneira que
o mesmo pode ser reutilizado no caso de perda sangüínea parcial durante uma operação.
Animais como cachorros e babuínos podem viver
diversas horas em baixas temperaturas ou em ambientes com alto nível de oxigênio apenas
com dilatador de plasma circulando em seus corpos.
"É realmente notável ver esses animais
andando e até mesmo bebendo sem sangue no corpo", explicou Paul Segall, chefe
executivo da companhia BioTime. "Eles não têm cor, parecem ratos brancos com olhos
brancos".
Os dilatadores de plasma da BioTime são feitos de
eletrólitos, glicose e outros componentes do sangue, mas não possuem a capacidade de
carregar oxigênio.
"Podemos tirar o sangue fora do corpo, colocar
uma solução sintética, quase congelar o paciente, operá-lo, voltar a colocar seu
sangue e aquecê-lo", disse Segall. "Temos cachorros que viveram vários anos
após esse procedimento".
Baixas temperaturas
diminuem o fluxo de sangue
A hipotermia, ou baixa temperatura, já é uma
técnica comum utilizada em cirurgias de cérebro e coração, onde há necessidade de se
parar o fluxo sangüíneo.
"Atualmente, os médicos podem diminuir a
temperatura de um paciente para até cerca de 15 graus Celsius", disse Segall.
Como os dilatadores de plasma não carregam
oxigênio ou coagulam, não se aglomeram e podem ser usados em baixas temperaturas por
diversas horas.
Essas soluções também foram usadas para manter
animais em câmaras de alta pressão ou com alto nível de oxigênio.
"Temos um grande e coordenado programa com o
qual esperamos substituir a utilização de sangue em tratamentos envolvendo
militares", disse o dr. James Wright, chefe de Pesquisa de Medicina Hiperbarométrica
da Escola de Medicina das Forças Armadas em San Antonio, no Texas.
A equipe de Wright realiza experimentos com
dilatadores de plasma juntamente com oxigênio sob pressão.
Segundo Wright, as cirurgias em câmaras de alta
pressão foram aprovadas há 20 anos para pacientes com intensa perda de sangue, mas foi
apenas nos últimos anos que câmeras portáteis se tornaram disponíveis.
Muitas companhias vêm desenvolvendo e testando
sangue artificial em seres humanos.
São produtos que substituem os glóbulos vermelhos,
realizando a troca de oxigênio entre os tecidos e órgãos.
Outra vantagem é que esses produtos podem ser
armazenados mais facilmente e por mais tempo que o sangue doado, além de ser considerados
livre de agentes infecciosos e podem ser utilizados com qualquer tipo de sangue.
No entanto, nenhum deles consegue substituir a
coagulação e a capacidade de combater infecções do próprio sangue.
(Com informações da Reuters)
Fonte: CNN
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