pressão sangüínea", disse
o doutor Claude Lenfant, diretor do National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI), que
financiou parcialmente a pesquisa. As
reduções verificadas pelo estudo foram tão grandes, relataram os pesquisadores, que
algumas pessoas com hipertensão puderam deixar de tomar remédios se apenas diminuíssem
a quantidade de sal em sua dieta - e conseguiam uma redução ainda maior da pressão
quando também seguiam uma dieta de pouca gordura.
"É realmente um marco. Estamos muito surpresos com
esses dados", afirmou o principal autor do estudo e professor associado de medicina
na Harvard Medical School, doutor Frank Sacks.
Os pesquisadores de Harvard e do NHLBI, que é parte do
National Institutes of Health, dos Estados Unidos, queriam ver o que aconteceria com os
níveis de pressão sangüínea quando as pessoas seguiam dietas diferentes com diversas
quantidades de sal.
Os 412 participantes do estudo receberam, ao acaso, a
orientação de seguir uma dieta norte-americana típica ou a chamada DASH (Dietary
Approaches to Stop Hypertension ou Abordagens Alimentares para Combater a Hipertensão),
que é rica em frutas e vegetais e pobre em gordura, carne vermelha e doces.
Os indivíduos avaliados seguiram a dieta que lhes foi
prescrita durante 30 dias em cada um dos três níveis de cloreto de sódio: 3.300
miligramas por dia, a média norte-americana; 2.400 miligramas por dia, o máximo
recomendado pela American Heart Association e o National High Blood Pressure Education
Program; e 1.500 miligramas por dia.
Cerca de 41 por cento dos participantes tinham pressão
sangüínea alta (definida como acima de 140/90 mm Hg). Os outros apresentavam pressão no
limite mais alto da faixa considerada normal.
Quando as pessoas estudadas com pressão normal reduziram o
cloreto de sódio ingerido mas ainda comiam a típica dieta norte-americana rica em
gordura, a pressão sistólica (o número maior) caia 6,7 mm. Quando comiam dieta com
pouca gordura mas não alteravam a quantidade de cloreto de sódio ingerido, a pressão
sistólica caia 3 mm.
Quando adotavam as duas reduções simultaneamente a
pressão caía 7,1 mm.
E quando as pessoas com pressão alta experimentavam as
abordagens alimentares, os resultados eram ainda mais impressionantes.
A redução de cloreto de sódio sozinha baixava a pressão
em 8,3 mm. Seguindo apenas a dieta de pouca gordura a pressão baixava 5 mm, e as duas
práticas juntas baixavam a pressão em 11,5 mm.
Em comparação, os remédios para pressão baixam
levemente a pressão alta em 9 mm, de acordo com o National Heart, Lung, and Blood
Institute.
Adotando esses procedimentos as pessoas evitam problemas de
saúde como infartes e derrames, disse Sacks.
A American Heart Association recomenda que adultos consumam
no máximo 2,400 miligramas de cloreto de sódio por dia.
No entanto, a população dos Estados Unidos fazer tais
reduções na ingestão de sódio "seriam muito difíceis sem a cooperação da
indústria de alimentos, já que grande parte do sal da dieta norte-americana vem de
refeições prontas, e não do sal adicionado durante o cozimento ou na mesa",
escreveu o doutor Philip Greenland da Medical School da Northwestern University em um
editorial na publicação.
De acordo com o estudo, reduzir o sal baixou a pressão em
quatro pontos quando as pessoas com pressão alta já estavam obedecendo uma dieta de
pouca gordura, e em dois pontos nas pessoas com pessão normal.
O autor do estudo Sacks disse que as duas abordagens - a
dieta de pouca gordura e sal reduzido - são importantes, e mesmo uma redução de apenas
quatro pontos na pressão já é significativa.
Fonte: CNN |