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Hipertensão atinge pelo menos
25 milhões de brasileiros
  

O quadro preocupante que cerca a hipertensão levará os médicos da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) a se reunirem em simpósio nos próximos dias 29 e 30, em Brasília. O fato é que 50% dos hipertensos não
sabem que sofrem de pressão alta e, o pior, o índice de pessoas acometidas pelo problema é alto. Estima-se que, no país, pelo menos 25% dos adultos acima de 18 anos, tenham o distúrbio, o que leva ao número alarmante de 25 milhões de hipertensos.

De acordo com o coordenador do evento, o cardiologista Eli Toscano, esse índice é válido para todo o mundo. Baseadas nesses dados, as duas entidades executam, há dois anos, um programa simples e barato na busca dos hipertensos brasileiros. Batizado de Programa de Detecção, Avaliação e Tratamento da Hipertensão Arterial (Prodatha), sua ação tem como pré-requisito básico o treinamento de equipes de saúde em família.

"Estamos cobrindo uma população de aproximadamente cem mil pessoas em oito municípios", afirma Toscano. Nesses dois anos do programa, o médico conta que constatou-se que a prevalência de hipertensão pode mesmo ultrapassar os 25% dos adultos acima de 18 anos. Eles comprovaram isso em Cataguases (MG), onde ainda não se completou o levantamento e já se registra uma prevalência de 22%.

Toscano diz ainda que o levantamento em Cataguases só não chegou a 100% da população-alvo devido a resistência de parte das pessoas. Os homens lideram essa lista e, segundo o médico, com justificativas infundadas. "Em geral, a primeira desculpa é que não querem abandonar o aperitivo do fim-de-semana. Depois, dizem que não sentem nada e não querem saber se têm pressão alta. Por último, se souberem que padecem do problema, não querem saber de medicação porque diminuirá a libido ou a potência sexual, o que não é verdade", relata.

Toscando conta que, no início do Prodatha, na cidade mineira, apenas 71 indivíduos se diziam hipertensos. A equipe do programa, no entanto, encontrou 251 doentes na população analisada. Depois de um ano de medições, esse número passou para 319. "Outro grande problema da hipertensão é que ela é assintomática. Não sentindo nada, as pessoas não sabem que sofrem de pressão alta", atesta. Daí a importância de medir a pressão, pelo menos, uma vez por ano, recomenda o médico. O conselho vale para todos os adultos acima de 18 anos, pois os jovens não estão livres do problema.

Ele alerta que o problema não tem causa definida, apesar de estar relacionado, em 10% dos casos, a outros problemas de saúde. Neste caso, é preciso tratar a causa, o que por si só acaba com a hipertensão. Mas, nos 90% dos casos restantes, de causas desconhecidas, é possível que a hipertensão desencadeie outros problemas caso o paciente não se trate. A pressão alta em casos agravados, comumente, leva a ocorrência de derrame cerebral (Acidente Vascular Cerebral, AVC), infarte do miocárdio, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e insuficiência vascular periférica.

Uma das conseqüências mais nefastas da hipertensão é a invalidez. Não se sabe o número certo, mas é fato que 80% dos inválidos, no país, sofrem de doenças crônicas não-transmissíveis e a hipertensão é a mais freqüente delas nesse quadro. "É um ônus social para o país, porque impossibilita as pessoas de trabalharem, de serem ativas. Além de tudo, perdem em qualidade de vida, dependem de tratamento para o resto da vida", comenta Toscano.

O controle do distúrbio, de acordo com o cardiologista, fica muito mais barato diante desse quadro. É a prova de que a prevenção sempre vale a pena, porque evita que o paciente recorra a tratamentos mais complexos e dispendiosos e, também, as doenças decorrentes da pressão alta. "Se conseguíssemos controlar os casos de hipertensão existentes, diminuiria os casos de derrame cerebral e 40%, num período de dois anos", afirma o médico.

(Com informação da Agência Brasil)

Fonte: CNN

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