O implante foi realizado
pelos cirurgiões da Universidade de Louisville, Laman Gray e Robert Dowling, na
segunda-feira, em operação que durou sete horas, no Jewish Hospital de Louisville,
Kentucky. Ambos já tinha realizado experiências semelhantes em bezerros. Boletim médico divulgado nesta terça-feira informa que o paciente
"descansa confortavelmente". O comunicado não identifica o paciente.
O coração artificial, chamado AbioCor Implantable
Replacement Heart e fabricado pela Abiomed Incorporated, foi projetado para movimentar o
sangue pelo corpo, simulando o ritmo de um batimento cardíaco.
O aparelho consiste em uma unidade torácica
interna, de cerca de um quilograma. Tem dois ventrículos artificiais com válvulas e um
sistema de bomba hidráulica a motor. O controlador interno e o sistema eletrônico
regulam a velocidade do bombeamento com base na necessidade psicológica do paciente.
A bateria interna é continuamente recarregada por
um aparelho externo, que transmite energia através da pele sem nenhuma incisão.
Os pacientes carregam o aparelho na cintura com um
fio ligado na pelo. O recarregador é do tamanho de um pager.
Todo ano, mais de 700.000 pacientes morrem de
problemas do coração, só nos Estados Unidos.
Muitos desses pacientes poderiam recuperar-se com
transplante, mas há apenas 2.000 corações doados disponíveis por ano.
O coração artificial foi projetado para uso em
pacientes que não reagiram bem a nenhuma terapia existente e apresente perspectiva de
vida de não mais de 30 dias.
O aparelho é feito de titânio e plástico e os
médicos acreditam as chances de infecção devem ser reduzidas, depois de que o implante
é completado e os pacientes não estão mais entubados, .
Os pesquisadores esperam implantar mais cinco
corações artificiais nesta fase de testes clínicos.
Se o AbioCor for aprovado, 100.000 pessoas poderão
beneficiar-se do coração artificial. O custo por aparelho é estimado em 70.000
dólares.
"Não há dúvidas de que esse é o caminho que
a medicina cardíaca está tomando," disse dr. Patrick McCarthy da Cleveland Clinic.
Não se espera inicialmente uma sobrevida superior
ao dobro do previsto pelo paciente submetido ao implante.
Segundo David Lederman, presidente e
diretor-executivo da Abiomed, a empresa fabricante do coração artificial, mais pacientes
serão incorporados ao projeto se as experiências em curso forem bem-sucedidas.
Os médicos advertem para expectativas exageradas
nessa fase, considerando haver ainda muita pespequisa e muito aperfeiçoamento até que o
coração totalmente artificial seja considerado uma opção válida.
Será preciso um resultado satisfatório não apenas
do ponto de vista técnico como também para a qualidade de vida de seus portadores.
Esse momento, segundo o dr. Mehet Oz, um dos
pesquisadores envolvidos no projeto, só chegará quando um paciente puder não apenas
sobreviver ao implante, mas esquecer que está com um coração artificial.
Fonte: CNN |