chamado
gonadotrófico coriônico. "Como esse hormônio é fabricado pela placenta, o enjôo
mostra que ela está funcionando bem. Aliás, mulher que tem náusea não aborta",
afirmou Luiz Camano, professor-titular da disciplina de Obstetrícia da Universidade
Federal de São Paulo, Unifesp. Uma das ações fundamentais do hormônio gonadotrófico
coriônico é manter o corpo lúteo gravídico, estrutura também chamada de corpo amarelo
que produz continuamente, da mesma forma que a placenta, progesterona e estrógeno, em
plena atividade.O estímulo desses dois hormônios faz desenvolver a glândula mamária,
por exemplo. Mal da alma
Nem sempre o enjôo tem causas "palpáveis". Pode
ser decorrente também de um "mal da alma", como se referiu o médico Camano.
"A mulher tem uma ambivalência: quer e não quer a gravidez."
"Tanto porque pode sentir medo da nova situação como
receio das futuras responsabilidades, disse. "A gestação pode desencadear uma crise
emocional. Mas, com o apoio do médico e da família, esse componente psíquico desaparece
e as náuseas também."
Enjôos seguidos de vômitos recorrentes fazem a grávida
perder muito líquido. E exigem excepcionalmente internação da paciente para que seja
feita reidratação. Depois do terceiro mês, os níveis do hormônio gonadotrófico se
estabilizam e deixam de provocar náuseas.
Acidez que vem do limão e do kiwi
Alguns alimentos de sabor ácido podem aliviar a sensação
desagradável que o enjôo produz. "Gotas ou rodelas de limão, kiwi e laranja na
água, kiwi e laranja dão bem-estar", disse a nutricionista Heloísa Vidigal
Guarita, que mantém uma empresa de consultoria nutricional em São Paulo.
Como a digestão da grávida já está mais lenta é melhor
descartar frutas com casca, que demoram mais tempo para ser processadas pelo intestino.
Assim, maçã e pêra, indicadas para combater as náuseas, devem ser consumidas sempre
descascadas.
"Embora não contenham nenhuma substância específica
que amenize o problema, essas frutas são suaves e ajudam a gestante a ficar bem",
disse Guarita.
Várias refeições leves
Biscoitos salgados e sem muita gordura podem ser
incorporados à dieta, preferencialmente nos intervalos entre as refeições.
"Fracioná-las, aliás, é a melhor conduta," recomendou a nutricionista.
"É recomendável comer pouca quantidade a cada três horas."
Como no final da gestação há um aumento no volume do
abdômen, que comprime o diafragma e o estômago, a mulher não consegue fazer grandes
refeições. Quando não resiste a uma feijoada, por exemplo, pode sofrer de azia.
"Excesso de comida ou de gordura, que leva mais tempo para ser metabolizada, induz a
esse problema gástrico", disse Guarita.
Apesar de a grávida precisar variar a dieta a fim de
manter uma boa nutrição, há alguns alimentos que devem ser evitados justamente para
não comprometer o processo digestivo. São eles: carnes gordas creme de leite e manteiga
na preparação dos pratos azeite em demasia alho ou pimenta: podem "pesar" no
estômago por serem fortes e picantes.
Fonte: CNN |