pesquisadores alemães, em um
simpósio nos Estados Unidos. Os
pesquisadores disseram que o gene aparentemente leva o corpo a estocar gordura para
consumo posterior.
Os cientistas disseram que essa poderia ser uma importante
explicação para a tendência hereditária de ganho de peso, especialmente entre os
negros.
Seu trabalho mostra que cerca de 90 por cento dos negros,
50 por cento dos orientais e 30 por cento dos brancos são portadores de pelo menos uma
cópia do gene.
"Esse gene era vantajoso em tempos de escassez de
alimento", lembrou o doutror Achim Gutersohn. "Mas com os confortos modernos
pode causar obesidade".
As relações entre os genes, o estilo de vida e a saúde
são de crescente interesse para os pesquisadores, e essa associação parece ser
especialmente complexa na forma como as pessoas ganham peso.
Especialistas acreditam que talvez 30 ou 40 genes podem
aumentar a tendência para a obesidade. Mas esses genes interagem com outros tanto quanto
com os exercícios físicos e os hábitos alimentares.
"Essa é uma indicação que mostra para onde está
indo a medicina, no campo das relações entre os genes e o meio ambiente", acredita
o doutor Robert H. Eckel, do Centro de Ciências de Saúde da Universidade do Colorado,
nos EUA.
Eckel prevê que, futuramente, os médicos vão procurar
rotineiramente pelos genes que aumentam o risco de obesidade, e drogas poderão ser
desenvolvidas para específicos perfis genéticos.
Ainda assim, enfatiza, os hábitos alimentares e o
exercício são, provavelmente, muito mais importantes que os genes na determinação do
excesso de peso.
De fato, os pesquisadores alemães descobriram que os
exercícios podem neutralizar os efeitos nocivos do gene estudado.
As pessoas que praticam exercícios apenas duas horas por
semana parecem escapar da tendência genética para ganho de peso.
Todo mundo herda duas cópias de todos os genes durante a
concepção. O grupo de alemães se concentrou em um que produz proteínas G, substâncias
que carregam mensagens da superfície das células até seus núcleos.
Uma variedade normal desse gene é chamada de GNB3 825T
allele.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que herdaram
duas cópias desse particular tipo de gene são três vezes mais suscetíveis à obesidade
que as que têm apenas uma cópia ou duas variações completamente diferentes do gene.
O gene parece ser especialmente importante depois do parto,
quando as mulheres precisam reduzir o peso que acumularam durante a gravidez.
Aquelas com duas cópias do gene, caso não fizessem
exercícios, eram seis vezes mais propensas a conservar seus gramas extras.
Em todo o mundo, os pesquisadores descobriram que cerca de
60 por cento dos negros possuem duas cópias do gene, se comparado aos 20 por cento dos
asiáticos e 10 por cento dos brancos.
No trabalho com jovens alemães, o grupo descobriu que oito
por cento dos que tinham peso normal possuíam duas cópias do gene, e entre as pessoas
obesas esse número chegava a 23 por cento.
Fonte: CNN |