A atuação do flúor
deixa o esmalte menos suscetível às ações de microrganismos, o que torna importante
sua aplicação tanto nos dentes de leite quanto nos permanentes. A presençã do flúor em dose exagerada no organismo, porém, é
prejudicial, podendo ocasionar dois tipos de intoxicação: a aguda e a crônica.
A primeira ocorre quando há alta concentração de
flúor em algum produto aplicado no paciente. No uso de gel fluoretado, por exemplo, o
dentista não deve deixar de colocar o sugador que evita a deglutição do gel tóxico.
Assim, caso o paciente se queixe de dores estomacais, náuseas e vômitos, o indicado é a
ingestão de leite.
O cálcio contido no leite ao se combinar com o
flúor, forma o fluoreto de cálcio, sal insolúvel não absorvível pelo organismo. Nos
quadros mais graves, em que o paciente já demonstra manifestações neurológicas e parte
do flúor já foi absorvido, é necessária a lavagem gástrica ou até a hemodiálise.
A intoxicação crônica, mais conhecida como
fluorose, ocorre quando um produto com baixa concentração de flúor é utilizado durante
um longo período, geralmente meses ou anos. A taxa de flúor é baixa, porém maior do
que os níveis aceitáveis. A deglutição de pasta de dente ou soluções bucais e
eventuais erros na dosagem de flúor colocado na água para o abastecimento da população
são os principais causadores da fluorose.
Existem ocorrências de fluorose endêmica nas
regiões em que a água não é fluoretada artificialmente, como na maioria das cidades,
porque o lençol freático contém uma quantidade de flúor maior do que a necessária. Se
o nível de flúor na água é maior do que uma parte por milhão (1ppm), a intoxicação
pode ocorrer.
A fluorose é identificada pelo aparecimento de
manchas nos dentes. Sua versão leve, por exemplo, cria manchas brancas, geralmente
estrias horizontais que acompanham toda a face do dente.
Dependendo da severidade do caso, isto é, do tempo
de exposição permanente do indivíduo ao flúor, a fluorose pode gerar manchas amarelas,
amarronzadas e, nos casos mais graves, perda do esmalte dentário.
Em todas as circunstâncias, não há tratamento.
Uma vez manchado o dente, não há o que fazer; porém, se a mancha for pequena, pode-se
lixar a estrutura dentária na tentativa de removê-la, o que não é recomendado pelos
dentistas em todos os casos.
As intoxicações são raras, mas ocorrem
principalmente em crianças que engolem o gel colocado nas moldeiras no momento da
aplicação do flúor e o dentifrício das escovações diárias. A ingestão acidental do
flúor da pasta pode ser evitada nas crianças com menos de três anos de idade, usando
para escovações creme dental sem flúor.
Para o adulto, usa-se a chamada técnica
transversal, que consiste em colocar a pasta no sentido transversal das cerdas, ao invés
de aplicá-la na extensão da escova, o que ocuparia cerca de um terço do seu
comprimento.
Segundo a professora da Faculdade de Odontologia da
Universidade de Brasília (UnB), Érica Negrini Lia, é desperdício usar mais
dentifrício além da porção indicada.
"A limpeza não é feita pela espuma, e sim
pelo ato mecânico da escovação", ensina ela. Assim, a qualidade da higienização
é mais importante do que a quantidade de escovações e de creme dental usado na limpeza.
As informações são da Agência
Brasil
Fonte: CNN |