O casal John e Lucinda Borden, cujos filhos gêmeos foram adotados ainda
como embriões, é um dos depoimentos desta terça-feira no Capitólio. A mãe já
expressou sua preocupação sobre as pesquisas com embriões. "Precisamos estabelecer uma linha, parar e dizer que esses embriões
não podem ser usados para pesquisa," disse em entrevista à CNN. "Do
contrário, continuarão, e tenho medo que essa linha seja posta cada vez mais
distante."
Os cientistas afirmam que as células-tronco,
capazes de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo humano, têm o potencial de
regenerar órgãos e tecidos danificados.
E acreditam que isso deve resultar em tratamentos
para as doenças que afligem milhões de pessoas, como Parkinson, Alzheimer, diabetes,
derrame, ataque cardíaco, esclerose múltipla, além de problemas com medula óssea,
sangue, queimaduras, fratura de coluna, e pacientes de câncer.
Obstáculos
Mas essa expectativa tem duas barreiras importantes
a superar. A primeira é que será necessário muito mais estudo e pesquisa para se
alcançar um entendimento sobre as células-tronco profundo o bastante para resultar em
tratamento de doenças.
A segunda barreira é econômica, pois essas
pesquisas são muito caras. As autoridades dos Estados Unidos deverão, em breve, decidir
se permitirão o uso de recursos públicos federais, dinheiro do contribuinte, em
pesquisas com células-tronco embrionárias.
Segundo assessores da Casa Branca, o presidente
George Bush, tem sofrido pressões enormes tanto dos que aprovam quanto dos que condenam
as experiências com células embrionárias.
Pressões
Nesta semana, um dos principais cientistas
norte-americanos, desestimulado com as perspectivas em seu país, informou sua mudança
para a Grã-Bretanha, onde se autorizaram os estudos com embriões.
Paralelamente, uma equipe de cientista anunciou ter
criado um embrião humano, em um laboratório da Virgínia, com o propósito único de
pesquisa. Tal fato foi considerado "irresponsável" pela ministra de pesquisas
da Alemanha, Edelgard Buhlmahn. Essa opinião é compartilhada por muitas pessoas, de
religiosos a cientistas, que condenam tais pesquisas, sob argumento de que envolvem a
destruição de vida humana.
Até agora, nos Estados Unidos, o financiamento
estava condicionado a estudos com embriões de clínicas de fertilidade, que, de outro
modo, seriam destruídos.
Dr. Jeffrey Rothstein, neurologista do Johns Hopkins
University, disse à CNN que o financiamento é essencial para haver progresso no combate
às doenças degenerativas.
"Temos muito a aprender antes de levar as
células de nosso laboratório para pacientes para curar de fato pacientes," disse.
"Precisaremos muito esforço para conseguir, e isso não vai acontecer apenas com
recursos privados."
Fonte: CNN |