pessoas que se propunham a
emagrecer. As que conseguiram manter o peso foram chamadas de "perdedores
bem-sucedidos". Dando
uma volta de manhã cedo pelo Central Park, em Nova York, é possível ver vários desses
exemplos vitoriosos citados por Hill.
Em comum, eles têm o hábito diário da caminhada
ou algum outro tipo de exercício - muitas vezes sob orientação de um preparador físico
particular - e uma alimentação equilibrada. Mas, principalmente, o que os difere da
turma do "estica-encolhe" é a força de vontade.
Os "perdedores bem-sucedidos" são um tipo
raro, especialmente em um país como os Estados Unidos, onde um em cada quatro adultos é
clinicamente obeso - um índice 50 por cento superior ao de 20 anos atrás - e metade da
população está pelo menos acima do peso. É exatamente por isso que eles têm muito que
ensinar.
A preocupação dos médicos se justifica com outros
números: 300 mil norte-americanos morrem todos os anos por causa de doenças relacionadas
à obesidade, como derrames, insuficiência cardíaca, diabetes e artrite.
"A obesidade é uma bomba-relógio",
alerta George Bray, especialista em obesidade e professor de medicina na Universidade do
Estado de Louisiana.
Bray e Hill estudam como algumas pessoas conseguiram
desativar essa bomba-relógio. Eles criaram o Registro Nacional de Controle de Peso,
inscrevendo pacientes que emagreceram pelo menos 15 quilos e conseguiram manter o peso.
A cada ano, os novos magros responderam a
questionários sobre a dieta que estava seguindo, exercícios e outros fatores
relacionados ao peso.
Eles chegaram lá
A idéia, disse Hill, não era descobrir o que os
pacientes fizeram para emagrecer, mas como conseguiram manter o peso após a perda dos
quilos a mais. Algumas pistas: a maioria verifica a balança com freqüência e toma o
café da manhã todos os dias. E segue uma dieta com pouca gordura.
"Até aí, nada de surpreendente",
analisou Hill. "Eles fazem tudo o que lhes dissemos para fazer".
Patricia Brawer é um dos exemplos com uma
experiência bem-sucedida para contar. Nova-iorquina, leva uma vida agitada - ela é
corretora em Wall Street.
"Vocês têm que me ver fazendo abdominais. Sou
forte como um touro", garante.
Patricia era um daqueles casos que perde e ganha
peso com facilidade. Até o dia em que se encheu de coragem e entrou em uma academia de
ginástica. "Na época, pensei: vou odiar isso", lembra.
Na época, há nove anos, Patricia estava com 47
anos e pesava cerca de 90 quilos. A ginástica era vista como um sacrifício odioso. Mas,
em poucas semanas, a corretora mudou de opinião para melhor, assim como seu corpo.
"Foi gratificação imediata mais surpreendente
que tive", conta. "Eu me senti mais forte, mais capaz".
Hoje, Patricia levanta pesos três vezes por semana
e a balança não passa dos 67 quilos.
"Sou uma pessoa completamente nova. E isso é
excitante", diz.
Assim como Patricia, outros "perdedores
bem-sucedidos" coincidem em afirmar que, para impedir a volta dos quilos, é
necessário, mais do que tudo, uma completa transformação pessoal. O exercício físico
é apenas uma ponta nesse iceberg.
Outra figurinha fácil no Central Park é Shavon
Stirling. Há seis anos, ela estava obesa, desempregada e seu casamento se sustentava por
um fio. Então, ela apostou suas últimas fichas nas caminhadas diárias, chegando
atualmente a nove quilômetros.
À medida que perdeu peso, Stirling recuperou a
autoconfiança. E manter o peso tornou-se uma religião.
"Mesmo se estiver nevando, acordo às cinco da
manhã para caminhar", afirma Stirling, que refez sua vida graças ao amor próprio.
Em termos práticos, Hill diz que todos os
"perdedores bem-sucedidos" dedicam uma hora por dia a atividades físicas
moderadas. Em uma semana, queimam-se 2.700 calorias - ou quatro Big Macs e duas
coca-colas.
A diferença é que eles jamais comem Big Macs. Ou
batatas fritas. Ou sorvetes.
"É preciso mudar a atitude quando você assume
a responsabilidade por seu peso", aconselha Donald Williamson, psicólogo da
Universidade do Estado de Louisiana. "O que as pessoas realmente fazem para ser
responsáveis é o que as difere de todas as outras".
John Kubacki endossa as palavras de Williamson.
"Você realmente tem que acreditar", avisa.
Kubacki, também corretor em Wall Street, pesa 15
quilos a menos do que há 20 anos. Admite que, de vez em quando, come um cachorro-quente.
Mas um só. Para ele, o segredo contra o "estica-encolhe" é desenvolver
hábitos saudáveis e acreditar que estes melhorarão a sua vida.
Para quem duvida, fica o desafio: não custa tentar.
(Com
informações da Associated Press)
Fonte: CNN |