diabetes do tipo dois. Em 1876, um médico descobriu que seus pacientes com diabetes melhoravam
com doses de medicamentos semelhantes à aspirina. Ele divulgou sua experiência, mas
despertou pouco interesse no meio científico.
Em 1901 e, posteriormente, na década de 1950,
outros médicos também perceberam que a diabetes parecia arrefecer por um certo período
com a administração de grandes doses de aspirina. Mas ninguém sabia porque isso
acontecia.
Agora, no entanto, pesquisadores da Universidade de
Harvard e da Universidade da Califórnia, cujo estudo com ratos diabéticos foi publicado
pela revista Science, verificaram que altas doses de aspirina bloqueavam a ação de uma
enzima chamada ikB kinase Beta, ou ikkBeta, e que esse fenômeno levava o corpo a ficar
mais sensível à insulina. Como resultado, o nível de açúcar no sangue caía.
"Esse estudo nos ajudou a compreender o que
causa a insensibilidade à insulina", disse o doutor Steven E. Shoelson, um
pesquisador do Joslin Diabetes Center e da Harvard Medical School, e o principal autor do
trabalho.
Embora a aspirina possa ter algum efeito contra a
diabetes, Shoelson disse que a dosagem exigida era perigosa. Para reduzir o açúcar no
sangue de um diabético, segundo ele, seriam necessários de seis a oito gramas de
aspirina por longos períodos. Dois comprimidos normais de aspirina têm 0,65 grama.
Altas doses de aspirinas, apesar de usadas para
alguns problemas de saúde, podem causar sérios efeitos colaterais, como sangramentos
intestinais, tonteiras e náuseas.
"Nós somos fortemente contra a recomendação
de um tratamento com aspirina para uma pessoa diabética", disse Shoelson.
O que Shoelson e seus colegas estão procurando
agora é uma molécula química que bloqueie a ação da ikkBeta sem os efeitos colaterais
da aspirina.
Alguns estudos preliminares em ratos foram
promissores, disse Shoelson, mas serão anos de pesquisa até que qualquer resultado possa
ser experimentado em seres humanos.
(Com
informações da Associated Press)
Fonte: CNN |