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Reportagens Antigas do Jornal Saúde

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Depressão será a doença
dos próximos anos
  

Em vinte anos, a depressão será a doença que mais afetará os adultos nos países industrializados e uma das mais comuns no mundo todo, segundo o presidente da Associação Mundial de Psiquiatria, Juan José López Ibor.
O Dia Mundial da Saúde, comemorado neste sábado, esse ano é dedicado às doenças mentais. A mais comum delas é a depressão, caracterizada por uma tristeza extrema e desânimo, um sentimento de vazio e falta de auto-estima. Calcula-se que cerca de 340 milhões de pessoas sofram de depressão.

As mulheres são mais afetadas do que os homens por causa das mudanças hormonais, mais freqüentes durante os dias antecedentes à menstruação, depois do parto e na menopausa.

Segundo Francisco Alonso Fernández, presidente da Associação Européia de Psiquiatria Social, dois terços dos pacientes de depressão na Espanha são mulheres. O psiquiatra aponta também outras razões sociais e de personalidade, por serem as mulheres mais autocríticas.

A vida afetiva tem mais influência na depressão do que, por exemplo, questões financeiras. As pessoas solteiras, divorciadas e separadas são mais propensas à doença do que as casadas. As dívidas deprimem menos do que a separação ou divórcio.

Os médicos geralmente diagnosticam depressão quando uma tristeza significativa tem uma extensão superior a duas semanas, afeta os relacionamentos interpessoais e as atividades e acomete junto com quatro dos sintomas comuns da doença.

Esses sintomas incluem alteração do sono, alterações do apetite, falta de interesse pelas atividades quotidianas, diminuição da capacidade de sentir prazer, dificuldade de concentração, fadiga manifesta, desinteresse sexual, perda da autoconfiança, sentimento de culpa, falta de esperança, crises de choro, angústia e impaciência, irritabilidade, enxaqueca ou perturbações digestivas e vontade de morrer e idéias de suicídio.

Alguns fatos por si mesmos podem desencadear a depressão, como por exemplo a perda de um parente ou amigo, as decepções em casa ou no trabalho, uma doença prolongada; nesses casos se trata de uma depressão reativa. Também há depressões que não têm relação alguma com nenhum fato em particular, chamadas depressão endógena.

Pode ainda haver problemas fisiológicos, que incluem a intoxicação por álcool, o tratamento para superar a dependência do álcool ou de entorpecentes, o consumo prolongado de tranqüilizantes, de corticosteróideos ou medicamentos para tratar a hipertensão.

Certas infecções, como Aids, tuberculose, sífilis, os distúrbios hormonais, como doença de Addison ou de Cushing, ou problemas de tireóide, e as nutricionais, como pelagra, anemia perniciosa, também podem causar depressão.

Finalmente, há características da personalidade ou predisposições familiares, pelas quais algumas pessoas apresentam maior tendência a serem acometidas por depressão.

A depressão moderada apresenta distúrbios no pensamento, problemas de comunicação, quando as pessoas não conseguem manifestar o motivo do seu abatimento, e algumas disfunções sensoriais. Via de regra, existe uma alteração no ciclo do sono.

Quando a depressão é severa, a pessoa se sente isolada, totalmente indiferente ao que acontece no meio ambiente. O sintoma mais grave da depressão é o desejo de morrer.

A depressão pode ser tratada com medicação prescrita por um profissional e, também, com psicoterapia. Existem muitas drogas que agem sobre os quadros de depressão, tais como os inibidores da IMAO (monoamino-oxidase), os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da recaptura da serotonina. Geralmente, os resultados são percebidos depois de algumas semanas.

Fonte: CNN

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