Baseada em Worcester, no
estado de Massachusetts, a ACT disse que, pela primeira vez, foi usada a tecnologia de
clonagem para cultivar um pequeno conjunto de células que poderiam ser usadas como uma
fonte de células-tronco. As
células-tronco podem se transformar, ao longo de seu desenvolvimento, em qualquer outro
tipo de célula no corpo humano.
"Nós demos os primeiros passos na direção do
que pensamos vá ser uma nova era da medicina", disse o doutor Michael West,
presidente e executivo-chefe da companhia. "É chamada de medicina
regenerativa".
O doutor Robert Lanza, vice-presidente médico e
científico da ACT, disse por sua vez que a intenção não é criar seres humanos
clonados, mas tornar disponíveis terapias para uma "ampla gama de doenças humanas,
incluindo diabetes, derrames cerebrais, câncer, Aids e desordens neurodegenerativas tais
como o mal de Parkinson e o de Alzheimer".
A legislação federal dos Estados Unidos proíbe o
uso de dinheiro dos contribuintes na clonagem de seres humanos, mas a Advanced Cell
Technology é uma empresa financiada com fundos privados e pode desenvolver suas pesquisas
sem infligir a lei.
"Cientificamente, biologicamente, as entidades
que estamos criando não são indivíduos; elas são apenas vida celular, não são vida
humana", garantiu West.
O vice-presidente Joe Cibelli, que chefiou a
pesquisa, afirmou que sua equipe usou a clássica tecnologia de clonagem, lançando mão
de um óvulo fecundado e uma célula de pele humana. Foi retirado do DNA da célula do
óvulo e substituído pelo DNA do núcleo da célula adulta.
O óvulo começou a crescer como se tivesse sido
fertilizado por esperma, mas, em vez de se tornar um bebê, transformou-se em uma bola, ou
conjunto, de células. Essa mesma tecnologia já foi usada para clonar ovelhas e macacos.
Senadores
criticam experiência
A reação foi rápida e crítica no Congresso
norte-americano, onde ambas as tecnologias de células-mães e de clonagem vêm sendo
exaustivamente debatidas nos últimos anos.
O líder da maioria democrata no Senado, Tom
Daschle, disse que ainda não está totalmente a par do que a ACT fez.
"Mas isso é desconcertante, francamente",
declarou o senador. "Eu acho que isso está indo na direção errada".
O senador Patrick Leahy declarou concordar com
Daschle.
"Eu acho isso muito, muito preocupante e penso
que a maioria do Congresso teria essa posição", afirmou.
Comentando a notícia, Mary Ann Lieber, editora da
revista on-line E-biomed, classificou a experiência de "um feito pioneiro na
clonagem terapêutica".
"Esses resultados preliminares, que reforçam a
prova de que a reprogramação de células humanas é possível, são muito significativos
devido à importância do crescente campo da medicina regenerativa".
(Com informações da Reuters)
Fonte: CNN |