Enquanto as mortes de
homens em decorrência da doença se estabilizaram ou diminuíram nos últimos 10 anos, o
número de mulheres que morrem de câncer de pulmão tem se elevado e está ultrapassando
o das vítimas de câncer de mama, em alguns países, devido à grande quantidade de
fumantes do sexo feminino. Pesquisadores
do Hospital Universitário de Essen, na Alemanha, que apresentaram suas conclusões no
11° Congresso Anual da Sociedade Respiratória Européia, disseram que as mulheres que
começaram a fumar nas décadas de 1970 e 1980 estão sendo diagnosticadas com a doença.
"Há normalmente um período de latência entre
o fumo e o desenvolvimento de câncer de 20 anos", disse o professor Nickolaus
Konietzko, o presidente da conferência.
A equipe de Konietzko baseou suas conclusões em um
estudo realizado em três cidades da Alemanha: Essen, Mulheim e Oberhausen.
Os pesquisadores suspeitam de que as mulheres possam
ter uma vulnerabilidade maior para o câncer de pulmão que os homens, mas disseram que
elas se saem melhor no combate à doença nos primeiros anos após o diagnóstico,
particularmente se têm menos de 50 anos de idade.
"A taxa de sobrevivência de um ano para
mulheres nesse grupo é de 69 por cento, quase o dobro da dos homens, que é de 36 por
cento", explicou Konietzko.
Brasileiro também
apresenta estudo na conferência
Em outro estudo apresentado durante o encontro, o
doutor José Miguel Chatkin, do Hospital São Lucas, da cidade de Porto Alegre, no Brasil,
detectou taxas similares de sobrevivência inicial nas mulheres entre os pacientes que se
submeteram a cirurgias devido à doença.
Os cientistas sugeriram que os hormônios femininos
poderiam ser responsáveis pela discrepância nas margens de sobrevivência entre os
sexos.
"Essa é uma nova direção de pesquisa que
merece ser explorada para esclarecer a relação entre o sexo do paciente e a maior
sobrevivência a câncer de pulmão", disse Chatkin.
Apesar dos avanços nos tratamentos, o câncer de
pulmão é uma das principais causas de morte por câncer na maioria dos países. Apenas
10 por cento dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos após receber o diagnóstico.
(Com
informações da Reuters)
Fonte: CNN |