Organização Mundial de Saúde,
OMS, e a American Urologycal Association, AUA, recomendam que a partir dessa idade os
homens façam, obrigatoriamente, dois exames anuais, dosagem do antígeno prostático
específico e toque retal. O antígeno
prostático específico, também conhecido no Brasil pela sigla PSA, é uma proteína
presente no sangue e quando tem níveis altos é fortemente sugestiva de câncer.
"As chances de esse exame simples, não-invasivo e de
alta especificidade darem um diagnóstico correto são de 85 por cento", disse
Joaquim de Almeida Claro, professor assistente de Urologia da Universidade Federal de São
Paulo.
O exame digital da próstata, o famoso e repelido toque
retal, é feito no consultório médico e absolutamente indolor. É capaz de detectar o
surgimento de um tumor.
"A população latina não aceita bem esse tipo de
exame por um problema cultural e também por achar que afeta a masculinidade", disse.
"Mas é um exame importantíssimo e de fácil realização."
O ultra-som da próstata é indicado apenas quando o PSA ou
o toque retal deixarem dúvidas. Por meio dele, é possível observar o tamanho e os
contornos do órgão, se está normal e nítido, averiguar se existem nódulos e até
guiar o médico para a realização de uma biópsia, retirada de um fragmento do tecido.
Novos casos
Só nos Estados Unidos, onde cerca de 10 por cento da
população masculina é afetada, ocorrem de 250 a 300 mil novos casos por ano. No Brasil,
não existem estatísticas abrangentes sobre o assunto.
O grupo de maior risco de câncer de próstata é os
negros, que o desenvolvem mais cedo e de forma mais agressiva. Já nos orientais, esse
tipo de doença é mais raro.
Os homens com antecedentes familiares de câncer de
próstata ou que têm registros de casos de câncer de mama na família também têm o
risco aumentado. Joaquim Claro explicou que os tumores de mama e próstata estão
interligados.
Dois dos motivos apontados como responsáveis pela
incidência da doença são a longevidade e alimentação. A primeira porque a população
masculina está vivendo mais e, por isso, corre mais riscos de desenvolver o câncer de
próstata. A ciência comprovou que dietas ricas em gordura favorecem esse tipo de tumor.
Tratamentos
Embora a medicina tenha avançado muito no modo de
identificar a doença, ainda engatinhava, até há pouco tempo, no tratamento. Somente há
três anos foi possível diminuir o índice de mortes, que beirava os 20 mil por ano nos
Estados Unidos em 1998.
"É um número aceitável diante de 300 mil casos
norte-americanos", disse Joaquim Claro.
A cirurgia radical, que retira o tumor, a próstata e as
vesículas seminais, é considerada a melhor forma de tratamento.
"Quando o diagnóstico é feito precocemente e o
câncer localizado, as chances de cura são de 85 por cento a 90 por cento", disse.
Depois de operado, o paciente não tem de se submeter a sessões de quimioterapia,
prática comum para doentes de câncer.
"Os quimioterápicos não têm qualquer efeito sobre
as células cancerosas da próstata," disse o urologista. "Elas resistem e não
morrem". Por isso é vital que, havendo tumor, o órgão seja totalmente extirpado.
Impotencia
Até quinze anos atrás, a cirurgia radical levava à
impotência em 100 por cento dos casos. Hoje, se a doença for descoberta ainda no
estágio inicial e se o paciente tiver entre 50 e 60 anos, a vida sexual poderá continuar
ativa.
"Como a cirurgia preserva os feixes vásculo-nervosos,
o índice da manutenção da potência é de 80 por cento", afirmou Joaquim Claro.
"O homem mantém o desejo, a ereção e a capacidade de obter orgasmo."
Acima dos 60 anos, apenas 40 por cento a 50 por cento dos
homens que retiraram a próstata têm ereção, embora esse inconveniente possa ser
facilmente contornado com remédios de última geração. Mas a mesma cirurgia que
possibilita ao homem viver dignamente retira dele a possibilidade de gerar filhos. A
esterilidade é inevitável.
Fonte: CNN |