de forma significativa para o
controle da doença. A droga endostatina, que vem sendo testada para tentar impedir o
crescimento de vasos sangüíneos dentro de um tumor cancerígeno sólido, foi usada em 61
pacientes terminais com câncer, para avaliar a segurança no tratamento. Não houve até
o momento nenhum caso de cura que pudesse comprovar uma eficácia de 100 por cento da
droga. De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, o dr. Roy Herbst, professor
assistente de medicina no Centro de Câncer M.D. Anderson, em Houston, alguns pacientes
apresentaram boa evolução em determinados casos, enquanto em outros o câncer se manteve
estaganado. "Esses pacientes estavam
muito doentes, e a maioria de seus tumores vai continuar a crescer, independentemente do
que for feito", observou Herbst. Os resultados mais positivos foram detectados em um
homem de 50 anos de idade, com câncer na mandíbula, que teve seu tumor reduzido em 62
por cento em oito semanas.
Um tumor maligno no pâncreas de um outro paciente diminuiu
em 19 por cento de seu tamanho após um ano recebendo o tratamento com a endostatina. Em
cinco outros casos, a doença permaneceu estável, sem progresso ou redução dos tumores.
Apesar da ausência de casos de cura total, os testes serviram para provar que a droga é
pelo menos capaz de bloquear os vasos sangüíneos que abastecem as células cancerosas,
dando esperanças para melhores resultados com pacientes em estágios menos avançados da
doença.
O fluxo de sangue através dos tumores se tornou menos
intenso, e as substâncias químicas envolvidas na criação de vasos sangüíneos
diminuíram, quando os pacientes receberam doses maiores de endostatina. Nenhum efeito
colateral foi constatado. Enquanto alguns especialistas consideraram os resultados dos
testes "tremendamente promissores", outros preferiram não se demonstrar tão
otimistas.
A recente descoberta de que a angiogenesis, ou a criação
de novos vasos sangüíneos, é vital para a sobrevivência de um tumor, foi a base para a
mais importante área na pesquisa do câncer.
As drogas que atacam o processo são chamadas de inibidores
de angiogenesis. A endostatina é uma entre as várias drogas em estágios mutantes de
desenvolvimento, e ataca o crescimento dos vasos por diferentes ângulos.
Além do M.D. Anderson, também participam dos estudos o
Centro de Câncer Dana-Farber em Boston, e o Centro de Câncer Compreensivo da
Universidade de Wisconsin, em Madison.
A pesquisa realizada em Boston foi patrocinada pelo
fabricante da endostatina, a EntreMed, de Rockville, em Maryland, enquantos os outros dois
centros são financiados pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.
Especialistas que acompanham os estudos prevêem que a
endostatina, e outras drogas, irão na maioria dos casos cessar o crescimento do câncer,
tornando a doença, de fatal, para uma condição avançada de baixo nível, como a
diabete ou a artrite.
Em demais casos, o câncer pode até ser eliminado completamente, enquanto em
outros as drogas talvez precisem ser combinadas com radioterapia e quimioterapia. Em
determinados tipos de câncer, a droga pode simplesmente não apresentar qualquer tipo de
efeito. A endostatina passou a receber grande atenção da comunidade médica
internacional após a publicação de um artigo pelo New York Times, há dois anos, que
causou grande frenesi sobre a nova droga, que na época só havia sido testada em animais.
Fonte: CNN |