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Cafeína presente nos
refrigerantes pode gerar dependência, diz estudo

 

A cafeína que é adicionada aos refrigerantes não tem o objetivo de realçar seu sabor, como alegam os produtores, e pode criar dependência nos consumidores, que nem sequer conseguem distinguir
entre refrigerantes com ou sem a substância, disseram pesquisadores norte-americanos, na segunda-feira.

Em um informe divulgado em uma publicação da Associação de Medicina dos Estados Unidos, os cientistas indicaram que sua pesquisa determinou que a cafeína é incluída nas bebidas devido às suas propriedades aditivas e com o objetivo de incentivar o consumo.

Os pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins estabeleceram que apenas oito por cento de um grupo de 25 consumidores adultos conseguiram distinguir entre as bebidas com e sem cafeína.

O restante não achou nenhuma diferença entre as bebidas com ou sem cafeína até que a quantidade da substância foi elevada a níveis que superam os estipulados pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos.

O estudo indicou que 70 por cento dos refrigerantes dos refrigerantes consumidos nos Estados Unidos contêm cafeína.

"Conclusões irresponsáveis"

Uma comissão que representa a indústria dos refrigerantes qualificou as conclusões do estudo como "irresponsáveis" e afirmou que a cafeína realmente realça o sabor das bebidas.

"Trata-se de um estudo mal elaborado. As conclusões são irresponsáveis e não podem ser consideradas científicas", disse Jeff Nedelman, porta-voz da Associação Nacional de Refrigerantes dos Estados Unidos.

Nedelman acrescentou que várias pessoas que participaram da degustação são fumantes, o que afeta no sentido do gosto, e tiveram que provar uma quantidade de refrigerantes muito grande em um curto período de tempo.

Os refrigerantes contêm apenas uma fração da cafeína presente no café, segundo Nedelman.

"Que expliquem"

Por sua vez, o autor do estudo, Roland Griffiths, afirmou que as versões sem cafeína da Coca-Cola Classic e da Pepsi, os refrigerantes mais conhecidos nos Estados Unidos, representam apenas cinco por cento das vendas.

"Sabemos que tanto adultos como crianças podem gerar uma dependência fisiológica e psicológica em relação às bebidas com cafeína e chegam a sentir falta se interrompem o consumo", disse Griffiths.

"Os adultos podem receber mais informações sobre a forma com que devem controlar essa necessidade. Mas, com as crianças é mais difícil".

Em 1981, a Administração de Alimentos e Produtos Farmacêuticos dos Estados Unidos elaborou uma proposta para que a cafeína fosse eliminada dos refrigerantes.

Os produtores responderam que o aditivo é necessário para realçar o sabor das bebidas. Segundo Griffiths, os produtores devem explicar suas razões para adicionar cafeína aos refrigerantes e especificar a quantidade utilizada da substância.

Nos Estados Unidos, os refrigerantes substituíram o consumo de alimentos mais substanciosos e podem causar uma maior incidência de cáries, obesidade e debilidade óssea, segundo o estudo.

O consumo de refrigerantes mais que duplicou desde 1975 no país e são mais ingeridos do que água.

Em 1998, os norte-americanos consumiram 57 bilhões de litros de refrigerantes, uma média de 585 latas por pessoa.

Com informação da Reuters

Fonte: CNN

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