detenha o processo
de envelhecimento. Os pesquisadores que investigam as causas do envelhecimento, acreditam
que tal fonte encontra-se no conhecimento mais concreto da Biologia, em nossas células e
genes.
Quando o ser humano envelhece,
observa-se uma série de mudanças em sua imagem externa e no seu comportamento, os
cabelos tornam-se brancos e quebradiços, a pele enruga-se, a força muscular desaparece,
os movimentos são mais cuidadosos, os reflexos são mais lentos, a memória torna-se
falha, conseqüentemente, os contatos com outras pessoas tornam-se mais difíceis.
Não pode-se evitar o
envelhecimento, no entanto, é possível exercer influência sobre o modo como se
envelhece. Envelhecer não significa, necessariamente, redução da capacidade de
trabalho, diminuição da atividade, entre outros. Envelhecer pode significar
enriquecimento espiritual e uma vida saudável. Nosso organismo precisa, para seu
desenvolvimento harmônico, de exercícios, não apenas para satisfazer a vaidade da
aparência de um físico bonito mas, principalmente, para manter a saúde e prolongar a
vida.
Atualmente, a Educação Física tem
demonstrado a importância das atividades físicas dirigidas para o desenvolvimento
orgânico, que visa o aumento de suas potencialidades e o aprimoramento do homem frente
às transformações sociais, impostas por um crescimento desorganizado nas cidades e
poucas opções de movimento causadas pela agitação da vida moderna. Na sociedade atual,
com o rápido desenvolvimento industrial, os idosos estão sendo esquecidos,
marginalizados. "Já deram tudo e não servem para mais nada" juízo que
talvez ninguém queira pronunciar.
Os anos da velhice, principalmente,
aqueles do período de pós-aposentadoria, deveriam ser felizes. Mas, a plena realização
de tal promessa nessa altura da vida somente vem para aqueles que são saudáveis,
espertos e ativos.
Todas as criaturas vivas envelhecem.
O envelhecimento é universal, declinamente progressivo e intrínseco. Perdas estruturais
e funcionais estão envoltas nesse processo que relutantemente progride com o passar do
tempo.
O envelhecimento é específico da
espécie e controlado pela constituição genética da célula. Pode ser definido
cronológica ou fisiologicamente. O envelhecimento fisiológico é a perda da capacidade
de se adaptar ao seu ambiente. O pico da função fisiológica é alcançado após a idade
de 30 anos, a qual declina mais rapidamente em pessoas sedentárias. Os declínios
funcionais são evidentes na capacidade de trabalho, débito cardíaco, freqüência
cardíaca, pressão arterial, respiração, musculatura, flexibilidade, condução
nervosa, ossos etc. Em outras palavras, o envelhecimento apresenta uma série de mudanças
orgânicas, psíquicas e sociais.
No entanto, as mudanças ligadas à
idade não surgem do mesmo modo, nem acontecem com a mesma rapidez com todas as pessoas.
O declínio das funções
fisiológicas, com a idade, é um processo complexo com variação entre pessoas. O valor
da mudança depende do estilo de vida e herança genética do indivíduo.
Segundo Valdir Barbanti, professor
doutor da USP, os cientistas que investigam as teorias do envelhecimento caem em duas
áreas: uma denominada USO e GASTO e outra DESUSO PLANEJADO: a primeira, afirma que o DNA
comete um erro durante a síntese de proteínas o metabolismo transforma os
lipídios em substâncias obsoletas e enferrujadas. Esses danos se acumulam até que o
organismo se degrada. A segunda teoria assegura que o envelhecimento é de caráter
genético, as duas teorias sugerem que o envelhecimento é determinado pelos genes,
embora, não se descarte as influências ambientais. Por exemplo, os cientistas
descobriram que o metabolismo elevado gera produtos impróprios, minúsculos
"monstros" que agem discretamente no organismo, sem que se perceba. Eles são os
chamados RADICAIS LIVRES. O nome faz lembrar uma tremenda banda de rock, mas essas
moléculas são consideradas atualmente como as principais responsáveis pela formação
dos danos cumulatórios às células e causadoras de doenças do organismo, além do
envelhecimento.
Os radicais livres são fragmentos
moleculares onde existe um elétron livre, ou seja, é uma molécula em desequilíbrio.
Esse elétron livre vai buscar em outras moléculas um novo parceiro e, com isso, cria
mais moléculas em desequilíbrio. Essa reação em cadeia, numa espécie de efeito
dominó, acaba provocando a ação degenerativa das células.
Os radicais não provocariam
estragos se ficassem isolados, mas não é o que ocorre. "Eles têm grande potencial
de reação e podem se ligar a qualquer molécula, fazendo-a perder a função",
alerta o Journal of Biomolecular, Medicine & Free Radicals.
Quanto maior a quantidade de
radicais espalhados pelo corpo, maior a probabilidade de surgirem problemas de pele,
coração, pulmões, entre outros. Eles atuam lentamente e pode demorar anos para que
sejam detectados. Os radicais livres aceleram o envelhecimento físico, baixam a
resistência e agem junto ao sistema imunológico, tornando-o suscetível às doenças.
São inúmeros os fatores que levam
à produção de radicais livres: poluição, doenças infecciosas (bacterianas e
viróticas), substâncias químicas, remédios, agrotóxicos, alimentação deficiente,
fumo, bebidas alcoólicas, radiações nucleares ou de raio x, radiação solar não
filtrada perfeitamente pela camada de ozônio e muitos outros fatores que agridem o corpo,
como o estresse emocional ou físico, explica o especialista em Medicina Esportiva da
Escola Paulista de Medicina, Dr. Paulo Sérgio Zogaib.
Quanto maior o metabolismo, maior a
formação de radicais livres, nesse aspecto acredita-se que a atividade física pode
desacelerar o processo de envelhecimento: o metabolismo é aumentado durante o exercício,
mas as pessoas que estão em forma geralmente têm um menor metabolismo em repouso do que
as sedentárias, salienta Valdir Barbanti.
Com isso, tenta-se mostrar que a
idade não é um fator limitante para se manter ativo. É fartamente documentada na
literatura médica, que a maior ameaça ao envelhecimento não é o processo de
envelhecimento em si, mas a inatividade. A atividade física não tem influência sobre os
mecanismos intrínsecos do envelhecimento normal, contudo, acredita-se que atividade
física regular pode ser capaz de desacelerar os efeitos fisiológicos que acompanham o
envelhecimento até cerca de 50%.
A atividade física é a verdadeira
fonte da juventude.
TABELA 1 - Mudanças biológicas funcionais entre as
idades de 25 a 85 anos.
Idade |
25 |
45 |
65 |
85 |
Freqüência Cardíaca Máxima |
100% |
94% |
87% |
81% |
Capacidade Pulmonar |
100% |
82% |
62% |
50% |
Força Muscular |
100% |
90% |
75% |
55% |
Colesterol |
198 |
221 |
224 |
206 |
Fonte: BARBANTI, J.V., 2000. |
Fonte: Saúde em Movimento
Autor: Marco Antonio Dinoá - Consultor Saúde em Movimento |