forma perturbadora os
idosos. Só no Japão, o número de doentes com o mal de Alzheimer chega a um milhão,
enquanto nos Estados Unidos são quatro milhões. Ikuo Nishimoto, professor de farmacologia e neurociência da Universidade
Keio, em Tóquio, revelou nesta terça-feira que ele e sua equipe descobriram uma
proteína, chamada de "humanina", a qual pode interromper o processo de morte
das células cerebrais, que ocorre em pacientes com a doença.
Porém, Nishimoto acrescentou que ainda serão precisos
anos de testes para determinar se a humanina, produzida naturalmente pelos genes na parte
de trás do cérebro, pode realmente ser usada como uma cura.
"A diferença entre o que descobrimos e o que
atualmente é utilizado como tratamento é que a humanina cessa de vez a morte das
células do cérebro", comentou Nishimoto em entrevista à Reuters. "Este é o
primeiro passo para a cura completa do mal de Alzheimer".
A descoberta será publicada na edição de quinta-feira do
jornal "Procedimentos da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da
América".
Nishimoto ressaltou que sua equipe, que somente realizou
experiências em tubos de ensaio até agora, começará em breve a fazer testes em animais
e que a Universidade Keio já está dando entrada ao pedido de registro de patente para a
humanina.
Recentemente, a promotoria federal dos Estados Unidos
acusou um cientista japonês de roubar material genético relacionado ao mal de Alzheimer
e entregá-lo a um instituto de pesquisa subsidiado pelo governo do Japão.
"Se a humanina poderá ser usada como cura ou não,
só saberemos depois dos resultados dos testes, um processo que pode levar até 15
anos", frisou o cientista.
No entanto, Nishimoto observou que a nova proteína tem
correspondido a todas as condições exigidas para se tornar a cura da doença.
" A humanina até o momento tem demonstrado resultados
bastante positivos. Por exemplo, quando você interrompe a morte de células cerebrais,
isso normalmente acaba causando câncer. Mas a humanina não apresenta estes efeitos
colaterais", apontou Nishimoto.
O Japão aparece como um dos países na dianteira da
pesquisa sobre o mal de Alzheimer e muitas de suas indústrias farmacêuticas já
lançaram grandes campanhas publicitárias para remédios que retardam os primeiros
efeitos da doença.
(Com informações da Reuters)
Fonte: CNN |