Um estudo com pacientes
maiores de 55 anos concluiu que os usuários de determinado antiinflamatório não
esteroidal, que fizeram um tratamento diário ao longo de pelo menos dois anos, tinham 80
por cento menos chance de desenvolver a doença. Os cientistas haviam afirmado inicialmente, em meados da década de 1990,
que o uso regular desses analgésicos poderia proteger as pessoas do Alzheimer. Outros
estudos do final da década não confirmaram tais efeitos, mas tiveram falhas de
procedimento, como pedir a pacientes da doença que recordassem se consumiram o
medicamento no passado.
O estudo holandês parece resolver esse problema por
ter coletado informações sobre o uso de remédios por pacientes em uma base nacional de
dados na Holanda.
Os médicos estudaram 6.989 pessoas, muitas das
quais haviam recebido prescrição de antiinflamatórios para problemas nas
articulações. Esses pacientes foram avaliados no início dos anos 1990 para assegurar
que não estavam com a doença.
Eles foram observados ao longo de uma média de sete
anos para verificar quem desenvolvia a enfermidade. Revisando a base nacional de dados
farmacológicos, os pesquisadores comprovaram quais deles haviam tomado antiinflamatório
não esteroidal e por quanto tempo.
No total, 293 pacientes receberam o diagnóstico de
Alzheimer e 101 de outros tipos de demência.
Em relação aos que já tinham Alzheimer, disse
Stricker, "não há razão para supor que o tratamento com esses remédios melhore os
sintomas".
Os pesquisadores holandeses acreditam que os
antiinflamatórios citados trabalham contra a doença por aliviar as inflamações
cerebrais menores.
Outros cientistas, no entanto, informaram na semana
passada que esses remédios parecem inibir a produção de uma proteína encontrada nas
acumulações que encobrem as células cerebrais.
No estudo holandês, um dos antiinflamatórios mais
comuns, a aspirina, não diminuiu o risco de desenvolvimento de Alzheimer. E nenhum dos 17
antiinflamatórios utilizados na pesquisa reduziu o risco de demência vascular.
O principal autor do trabalho, Bruno Stricker, um
professor de epidemiologia clínica do Centro Médico da Universidade Erasmus, em
Roterdã, e outros especialistas alertaram sobre o consumo de antiinflamatórios por
contra própria. Alguns desses remédios podem causar efeitos colaterais graves, às vezes
fatais, como hemorragia gastrintestinal e deterioração renal.
A pesquisa foi publicada na edição desta
quinta-feira da revista New England Journal of Medicine.
(Com
informações da Associated Press)
Fonte: CNN |