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Capacidade de resistência do vírus HIV pode estar com os
dias contados
 

As novas drogas contra a Aids, algumas ainda sendo desenvolvidas, serão capazes de enfrentar o vírus vencendo suas artimanhas para se tornar resistente às terapias, avaliaram vários
especialistas que participam da conferência anual sobre o retrovírus em Chicago, Illinois.
Uma das particularidades do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é sua capacidade de multiplicar as mutações, tornando impossível identificá-lo. "O HIV é capaz de se multiplicar permanentemente e sem descanso, apesar das respostas do sistema imunológico", afirmou o pesquisador da Universidade de Harvard, Ronald Desrosiers.
Atualmente, 10 por cento das pessoas infectadas com o HIV nos Estados Unidos são portadores de um tipo de vírus resistente aos medicamentos utilizados na multiterapia, afirmou o médico David Ho, do Centro de Combate Aids, Aaron Diamond, de Nova York. Cerca de 1 por cento é resistente a vários medicamentos.
Os medicamentos e estudos apresentados na Conferência de Chicago, realizada de 4 a 7 de fevereiro, mostram resultados alentadores na nova frente de combate ao vírus.
Um novo tipo de inibidor de protease, o TMC-126, mostra no laboratório "uma capacidade extraordinária para bloquear in vitro a resposta do vírus, inclusive em famílias resistentes a vários medicamentos", afirmou John Erickson, do centro de pesquisa de Tibotec de Rockville (Maryland). Inclusive, se mostrou "muito eficaz para evitar o surgimentos de novas famílias resistentes em laboratório", acrescentou.
Os pesquisadores estudaram em primeiro lugar as mais importantes mutações do vírus que lhe conferem a capacidade de resistir aos inibidores de proetase já existentes ao impedir que os medicamentos atuem sobre o HIV.
"Esta pesquisa levou ao desenvolvimento de uma série de novos inibidores de protease poderosos, entre eles, o TMC-126", destacou Erickson, citado pela agência France Presse.
Entre 20 e 30 combinações que possuem as mesmas características foram identificadas e, segundo o pesquisador, "algumas estão sendo examinadas para determinar se é possível fazer medicamentos contra elas".
Erickson disse que espera ter provas clínicas em breve e acredita que se as qualidades do TMC-126 em laboratório se confirmarem, os produtos desta nova geração de inibidores de protease poderão ser muito úteis para salvar pacientes infectados por famílias multiresistentes.
Entre outros estudos apresentados está o de uma equipe dirigida por Boris Gruzdov, do Hospital de Doenças Infectocontagiosas de Moscou. Estes especialistas preparam um inibidor de transcriptase inversa, o TMC-120, eficaz contra famílias resistentes a alguns medicamentos.
Foram realizados testes com 43 pacientes durante sete dias. A quantidade de vírus naqueles que receber um placebo permaneceu estável (-017por cento ), enquanto que as pessoas tratadas com doses de 50 mg de TMC-120 diminuiu 1,44 por cento e a de doentes que receberam doses de 100 mg baixou 1,51 por cento .
"Estes resultados mostram que o TMC-120 administrado duas vezes ao dia, a doses de 50 e 100 mg é um agente seguro e eficaz na luta contra o vírus", declarou um dos membros da equipe, Robert Pauwells.
Entretanto, a resistência do vírus aos atuais medicamentos é somente um dos limites s terapias existentes hoje em dia. Várias investigações apresentadas na Conferência de Chicago abrem novos caminhos para reduzir os efeitos secundários da medicação, como o aumento da taxa de lipídios no sangue, ou para simplificar os tratamentos, muitas vezes difíceis de seguir.

Fonte: CNN

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