Aracy Amaral - Espelhos e sombras
01/08/1994 “É o corpo, nossa relação com ele, a sensualidade inerente à sua intimidade ou os confrontos que por meio dele parecem desafiar-nos, o que parece estar à flor da pele nas obras de Nazareth Pacheco. O corpo visto através dos instrumentos que são utilizados para examinar seus orgãos, ou para aborda-lo cientificamente. Nunca os artistas estiveram tão próximos da medicina, das salas de cirurgia, das UTI, dos laboratórios de análises e pesquisas químicas. Os exercícios de embelezamento que se confundem com as técnicas de tortura são também tema de Nazareth, depois de sua exposição individual catartica realizada no ano passado. E no entanto eis aqui uma artista que não constrói um discurso movida por reivindicações de ordem individual ou social. Suas propostas têm um envelope formal de limpeza asseptica quase a ocultar-nos o agente que aflora de sua sensibilidade a uma pratica poética tão contundente.” |