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TABACO
Definição e histórico
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana
tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. Seu uso surgiu
aproximadamente no ano 1000 a.C., nas sociedades indígenas da América Central, em
rituais mágicos-religiosos com objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer
os ímpetos guerreiros, além de acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro.
A planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis. A partir
do século XVI, o seu uso foi introduzido na Europa, por Jean Nicot, diplomata francês
vindo de Portugal, após ter-lhe cicatrizado uma úlcera de perna, até então incurável.
No início, utilizado com fins curativos, através do
cachimbo, difundiu-se rapidamente, atingindo Ásia e África, no século XVII. No século
seguinte, surgiu a moda de aspirar rapé, ao qual foram atribuídas qualidades medicinais,
pois a rainha da França, Catarina de Médicis, o utilizava para aliviar suas enxaquecas.
No século XIX, iniciou-se o uso do charuto,
através da Espanha atingindo toda a Europa, Estados Unidos e demais continentes, sendo
utilizado para demonstração de ostentação. Por volta de 1840 a 1850, surgiram as
primeiras descrições de homens e mulheres fumando cigarros, porém somente após a
Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) seu consumo apresentou uma grande expansão.
Seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do
século XX, com ajuda de técnicas avançadas de publicidade e marketing, que se
desenvolveram nesta época.
A partir da década de 60, surgiram os primeiros
relatórios científicos que relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante e hoje
existem inúmeros trabalhos comprovando os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e
do não-fumante exposto à fumaça do cigarro.
Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é
responsável por uma atividade econômica que envolve milhões de dólares.
Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a
nicotina é uma das drogas mais consumidas no mundo.
Efeitos no cérebro
Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida
pelos pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos.
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso
Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A
nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes
relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é
provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode
provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um
número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram
produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o
consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro),
irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese,
tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de
abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns
dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.
Efeitos no resto do organismo
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento
cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora.
Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é
imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da
contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstricção e
na força das contrações cardíacas.
Efeitos tóxicos
A fumaça do cigarro contém um número muito grande de
substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido
de carbono, e o alcatrão.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a
probabilidade da ocorrência de algumas doenças como por exemplo a pneumonia, câncer
(pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago, entre outros), infarto de
miocárdio; bronquite crônica; infisema pulmonar; derrame cerebral; úlcera digestiva;
etc. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda
náuseas, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia, tontura, bradicardia e
fraqueza.
Tabaco e gravidez
Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto
também fuma", recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A
nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do
recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco
de, abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas
gestantes que fumam.
Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do
cigarro são transmitidas para o bebê também através do leite materno.
Tabagismo passivo
Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do
cigarro pois os não-fumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes
passivos.
Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente,
fazendo com que os não-fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as
substâncias tóxicas.
Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam
uma incidência 3 vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia,
sinusite) do que filhos de pais não-fumantes.
Aspectos gerais
O hábito de fumar é muito freqüente na população. A
associação do cigarro com imagens de pessoas bem-sucedidas, jovens, esportistas é uma
constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda é um dos principais fatores
que estimulam o uso do cigarro. Por outro lado, os programas de controle do tabagismo,
vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande
parte da população.
O que é INCA/Contapp?
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) é o órgão do
Ministério da Saúde responsável pelas ações de controle do tabagismo e prevenção
primária de câncer no Brasil, através da Coordenação Nacional de Controle do
Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer (Contapp). Essas ações vão desde a
comemoração de datas específicas, como Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio e Dia
Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, até a estruturação e realização de
programas continuados para controle do tabagismo e de outros fatores de risco de câncer,
em unidades de saúde, escolas e ambientes de trabalho.
Para isso, o INCA/Contapp, coordena uma rede de 27
coordenadores estaduais, capacita recursos humanos, desenvolve pesquisas, elabora livros
didáticos sobre o tema, além de folhetos, cartazes e adesivos; presta assessoria
técnica nos projetos de lei sobre tabagismo, que tramitam no Congresso Nacional; e
participa de congressos de todas as áreas do conhecimento relacionadas ao tabagismo.
Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas - CEBRID |