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as Drogas |
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BEBIDAS ALCOÓLICAS
(ÁLCOOL ETÍLICO; ETANOL)
- fermentados (vinho, cerveja)
- destilados (pinga, whisky, vodka, etc.)
Aspectos históricos
Toda a história da humanidade está permeada pelo
consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o
consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um
costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de
álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros
exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção do
hábito de beber ao longo do tempo.
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico
relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam
exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação,
introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas
alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo
de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois
"dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de
produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do
gálico usquebaugh, que significa "água da vida").
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um
grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e,
conseqüentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar
algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.
Aspectos gerais
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das
pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no
sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além
de ter potencial para desenvolver dependência.
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem
seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual
ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.
Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de
bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros
acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de
álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar
um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do
álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades
ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões, médicas,
psicológicas, profissionais e familiares.
Efeitos agudos
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que
aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.
Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool,
podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior
facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores
como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito
exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de
coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com
as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas
alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma
outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a
estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior
resistência aos efeitos do álcool.
O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear
alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e um mal-estar
geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem
dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior probabilidade
de sentir esses efeitos.
Álcool e Trânsito
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades,
diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir
veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes
são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo
a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em janeiro
de 1998) deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de
álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa
concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de
cerveja ou três copos de chope), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas
doses).
Alcoolismo
Conforme já citado neste texto, a pessoa que consome
bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência
do álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os fatores que podem
levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica,
sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores. A
dependência do álcool é uma condição freqüente, atingindo cerca de 5 a 10% da
população adulta brasileira.
A transição do beber moderado ao beber problemático
ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos
sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade
de beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento
da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do "grande desejo"
de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência
(aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o
aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.
A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que
aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um
período de consumo crônico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da
ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de
distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação geral
(abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a
síndrome de abstinência severa ou delirium tremens que, além da acentuação dos
sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação
intensa e desorientação no tempo e espaço.
Efeitos no resto do corpo
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver
várias doenças. As mais freqüentes são as doenças do fígado (esteatose hepática,
hepatite alcoólica e cirrose). Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo
(gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular
(hipertensão e problemas no coração). Também são freqüentes os casos de polineurite
alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores.
Durante a gravidez
O consumo de bebidas alcóolicas durante a gestação
pode trazer conseqüências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo,
maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite
o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante
todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do
leite materno.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do
ácool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afetados pela "Síndrome
Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e
dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de
abstinência). As crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros
momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade
de acordo com a gravidade do caso.
Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas - CEBRID |