Octogenários fisicamente ativos parecem mais concentrados e se distraem com menos facilidade do que os sedentários da mesma idade, sugerem novas descobertas apresentadas em recente conferência da Sociedade Norte-Americana para Psicologia do Esporte e Atividade Física, em Hunt Valley, Mariland.
Um estilo de vida ativo ajuda a manter a capacidade de pensar e reagir a situações na velhice, segundo o Dr. Walter R. Bixby, da Universidade de Maryland em College Park, autor do estudo.
Para investigar a associação entre a atividade física e a função cerebral, o cientista e seus colegas estudaram 106 idosos, com idade média de 80 anos. Eles preencheram um questionário sobre o tempo que gastam por semana em atividades físicas e depois participaram de um teste sobre sua capacidade de concentração.
Os pesquisadores concluíram que aqueles que faziam mais atividades físicas saíram-se melhor no teste, o que significa que estão mais aptos a se concentrar em uma tarefa, a despeito de fatores que possam distraí-los.
Bixby salientou que os idosos do grupo de estudo não estavam particularmente em forma, o que indica que apenas a prática de alguma atividade já pode levar a progressos na capacidade cognitiva.
Assim sendo, a principal recomendação para qualquer um, seja jovem ou idoso, seria tentar integrar alguma atividade física ao seu cotidiano. Além disso, é importante também manter a mente ativa através de leitura, prática de palavras cruzadas ou a tentativa de aprender coisas novas ou diferentes, segundo o Dr. Bixby.
Em outro estudo, Sean Deeny, estudante de doutorado da Universidade de Maryland, também pesquisou o efeito da atividade física no funcionamento do cérebro num grupo de 36 homens e mulheres entre 66 e 89 anos.
Eles usaram um scanner para medir a capacidade de concentração e descobriram que quanto maior o grau de atividade física praticada, maior a capacidade de concentração - mas apenas entre os homens.
Há várias explicações possíveis sobre como a atividade física ajudar a preservar a função cerebral, segundo Deeny. A melhor condição cardiovascular, por exemplo, pode aumentar o fluxo de sangue e a oxigenação do cérebro.
Em futuras pesquisas, os cientistas pretendem incluir indivíduos geneticamente propensos a desenvolver o mal de Alzheimer para determinar se há alguma conexão entre seus níveis de atividade física e o funcionamento do cérebro. Até lá, a receita é uma só: mente sã em corpo são.
(Com informações da Reuters)
Fonte: CNN