Uma nova pesquisa sobre vinho, realizada com jovens adultos na Dinamarca, mostra que aqueles que consomem a bebida são, geralmente, mais inteligentes, mais ricos e têm maior nível de instrução -- fatores que podem também ser associados a uma saúde melhor.
"As pessoas com altos Q.I. (quocientes de inteligência), pertencentes a um alto nível sócio-econômico, e que têm bom nível de instrução são geralmente mais saudáveis do que aquelas que não possuem essas características", afirmou June Reinisch, uma das autoras da pesquisa e diretora do Kinsey Institute for Research in Sex, Gender, and Reproduction, da Univesidade de Indiana.
O estudo, publicado na segunda-feira pelo Archives of Internal Medicine, nos Estados Unidos, analisou 363 homens e 330 mulheres com idades entre 29 e 34 anos.
Os autores do trabalho compararam pessoas que bebiam vinhos com as que consumiam cerveja, e as que se abstinham com as que consumiam os dois tipos de bebida. A pesquisa foi realizada entre 1990 e 1994.
As pessoas avaliadas foram escolhidas entre um grupo de pessoas nascidas no principal hospital de Copenhague, entre 1959 e 1961, e que pesquisadores têm estudado ao longo dos anos.
Outras pesquisas dinamarquesas que mostraram os benefícios para a saúde do vinho foram baseadas em dados coletados quando poucos no país, onde a cerveja é mais tradicional, regularmente bebiam vinho.
O estudo divulgado nesta semana visava a avaliar se outros fatores sociais poderiam ajudar a explicar uma aparente saúde melhor.
O doutor Tedd Goldfinger, um cardiologista de Tucson, no estado norte-americano de Arizona que tem estudado o consumo de álcool e a saúde cardíaca, disse que os benefícios do vinho não devem ser desconsiderados.
"Há, claramente, benefícios no consumo de vinho", afirmou Goldfinger, que não participou no estudo.
Goldfinger disse que o álcool pode reduzir a tendência do sangue a coagular e provocar enfartes, e eleva os níveis do colesterol bom.
Os benefícios de beber um copo de vinho tinto foram discutidos ao longo da última década, depois da descoberta do "Paradoxo Francês" -- os franceses tinham baixos índices de problemas cardíacos apesar de suas dietas ricas em colesterol. Estudos mostraram que o segredo poderia ser um cálice ou dois de vinho tinto durante o jantar.
Mas alguns cientistas, inclusive a comissão de nutrição da American Heart Association, têm alertado sobre o fato de que beber vinho não é a forma mais comprovada de melhorar a saúde cardíaca.
Esses especialistas sugerem práticas que adquiriram respeito ao longo do tempo, como adotar uma dieta saudável, praticar exercícios físicos regularmente e manter um peso corpóreo adequado.
As pessoas com maior poder aquisitivo tendem a apresentar menos problemas de saúde porque têm mais acesso à assistência médica e geralmente mantêm um estilo de vida mais saudável por ir ao médico com regularidade e consumir alimentos mais nutritivos, explicou Goldfinger.
Mas isso não significa que não há benefícios para a saúde no consumo moderado de vinho, e a pessoa não precisa ser rica para comprar esse produto, enfatizou.
(Com informações da Associated Press)
Fonte: CNN