Um pesquisador norte-americano anunciou ter elaborado uma técnica que torna a desobstrução de artérias mais suportável para o organismo humano e que pode vir a substituir a angioplastia no tratamento de doenças cardíacas.
A nova técnica está sendo chamada de "cryoplasty"(crioplastia) - ou angioplastia no gelo - segundo o doutor James Joye, o cardiologista que desenvolveu a prática, ainda em fase experimental.
"A nossa pesquisa preliminar com a "crioplastia" é muito promissora", disse Joye, acrescentando que a técnica é menos traumática para os vasos sangüíneos e parece ter menos incidência de "restenosis" - a (re)coagulação de uma artéria, que pode levar à repetição de um procedimento cirúrgico.
O cardiologista e sua equipe estão apresentando os resultados de sua pesquisa no Décimo Quarto Simpósio de Terapia Endovascular, que vem sendo realizado em Miami Beach, na Flórida.
A angioplastia e a "crioplastia" são essencialmente realizadas da mesma forma. Um cateter é introduzido na artéria coagulada, onde um balão é inflado para desobstruir e reabrir o vaso.
Mas existe uma diferença fundamental: na angioplastia tradicional, o balão é inflado com solução salina; na "crioplastia", o balão é inflado com Óxido de dinitrogênio - mais conhecido como gás hilariante.
Essa substância esfria até chegar a uma temperatura de 10 graus abaixo de zero, congelando a placa e induzindo um processo chamado de apoptose, uma espécie de morte de célula.
"É quase como se as células tivessem uma espécie de botão de autodestruição", disse Joye.
Na apoptose "o corpo pinça pequenos pedaços da célula e as remove", acrescentou o especialista.
A "crioplastia" é mais suave do que a angioplastia tradicional, evitando muito da inflamação que contribui para a "restenosis", segundo Joye, que é diretor de intervenções vasculares no Hospital El Camino, em Mountain View, no estado da Califórnia, e co-fundador da CryoVascular Systemas, a companhia que comercializará o aparelho usado na nova técnica.
Fonte: CNN