O sedentarismo é cada vez maior na população e está associado a agravos cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial e saúde mental. Os grupos mais sujeitos ao sedentarismo são o das mulheres, o dos idosos e o de pessoas de baixa escolaridade. Essa é a conclusão de um estudo realizado por Francisco Pitanga e Inês Lessa, da Universidade Federal da Bahia, que objetivou verificar a prevalência e os determinantes do sedentarismo no lazer em 2.292 adultos da cidade.
O sedentarismo no lazer pode ser identificado como a não participação em atividades físicas nos momentos de lazer. De acordo com artigo publicado na edição de maio/junho de 2005 dos Cadernos de Saúde Pública, todos os participantes da pesquisa foram entrevistados em domicílio.
A prevalência de sedentarismo no lazer foi de 72,5%. Para idade e o estado civil, o sedentarismo no lazer predominou na faixa etária de 40 a 59 anos e entre os casados, separados e viúvos. Quanto ao sexo e à escolaridade, o maior percentual foi observado entre as mulheres e entre o grupo dos analfabetos até a 4a Série do ensino fundamental. "Uma explicação para menor atividade física no lazer por pessoas com menor escolaridade seria sua inserção em atividades pesadas e não sedentárias no trabalho, conseqüentes à baixa qualificação, que é dependente da escolaridade. O inverso ocorre para pessoas com escolaridade mais elevada e atividade sedentária no trabalho", explicam os pesquisadores no artigo.
Um dado importante encontrado no estudo é o efeito protetor da idade para sedentarismo no lazer em mulheres com mais de 60 anos. Segundo a equipe, "nessa faixa etária, elas já criaram seus filhos, muitas vezes, já estando aposentadas, tendo conseqüentemente mais oportunidades para participar de atividades físicas nos seus momentos de lazer".
De acordo com os pesquisadores, os resultados apresentados são importantes para a saúde pública, à medida que podem ser utilizados para demonstrar os altos níveis de sedentarismo no lazer em adultos na cidade de Salvador, bem como para identificar fatores associados ou determinantes dessa situação. Eles afirmam que, "desta forma, será possível implementar programas de incentivo à prática de atividades físicas direcionados mais especificamente para subgrupos populacionais mais afetados pelo sedentarismo".
Fonte: Agência Notisa