O ombro possui grandes bolsas (bursas) para movimentos
livres de atrito entre os tendões e seus tecidos subjacentes. Cada uma delas poderá
inflamar-se, porque você esteve usando o ombro de forma errada durante alguma atividade
ou devido a uma lesão num tendão ou em alguma das outras estruturas articulares, que
causou irritação.
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Toda vez que você move o ombro de modo a
contrair ou irritar a bolsa inflamada há uma reação de dor. No topo do ombro, a bursite
provoca dor quando você estende o braço lateralmente ou quando o volta para frente com a
palma da mão virada para baixo. Estando a bursite localizada na parte posterior do ombro,
a dor se manifesta pela torção do braço em ambas as direções. Pode haver também uma
sensação de mordida num determinado ponto do movimento do ombro. |
É difícil distinguir a dor da bursite e a de um
estiramento de músculo ou tendão. A principal diferença é que a Segunda se manifesta
pelo acionamento ou alongamento do músculo, ao passo que a primeira está relacionada com
o movimento do ombro, mesmo estando você completamente relaxado, por exemplo se deixa os
braços oscilarem à deriva na superfície da água numa piscina. A bursite pode tornar-se
mais dolorosa, se o problema se agravar, mas a dor será sentida sempre no mesmo lugar,
toda vez que a bolsa é contraída numa posição que a irrite.
Bursite Subdeltóidea Aguda:
A bursite subdeltóidea aguda é a causa mais freqüente da limitação da mobilidade
articular que não respeita as proporções capsulares. Esta doença tem início súbito,
atingindo seu apogeu em apenas três dias. O paciente refere dores de intensidade
progressiva, inicialmente localizadas no ombro e projetando-se em seguida até o punho. O
exame revela acentuada limitação da mobilidade. Esta afecção difere do padrão
capsular pela limitação predominante da abdução, enquanto a rotação externa se
revela praticamente normal. As dores costumam ser muito intensas durante os primeiros dez
dias; a cura espontânea leva cerca de seis semanas. É perfeitamente possível que ocorra
uma recaída dentro dos cinco anos seguintes, seja no mesmo ombro, seja no lado oposto. A
calcificação do tendão do músculo supra-espinhal é capaz de provocar a bursite aguda,
quando os sais de cálcio se distribuem de repente na luz da bolsa subdeltóidea.
A bursite aguda pode também ser a primeira manifestação de um processo reumático.
Bursite Subdeltóidea Crônica:
Pode ser primária ou secundária, em analogia ao que ocorre com afecções da
articulação acrômio-clavicular. Todavia, cumpre assinalar que a bursite crônica não
apresenta a continuação ou a seqüela tardia da bursite agida. Essa última é uma
doença inteiramente à parte.
A bursite crônica primária pode ocorrer em qualquer período etário entre
os 15 e 65 anos. Parece ser secundária a alguma outra afecção do ombro, geralmente de
natureza degenerativa, a qual por si só não provoca sintomas.
A bursite crônica secundária é muito mais freqüente que a forma primária. Trata-se
sempre de seqüela de alguma afecção do manguito, de alguma patologia da articulação
acrômio-clavicular ou da presença de irregularidades no acrômio e/ou no grande
tubérculo (após fratura, por exemplo).
Bursite Subcoracóide:
A bursite subcoracóide manifesta-se por limitação dolorosa da rotação interna e a
abdução permanecem normais. A rotação externa é completa quando executada
passivamente, no ombro mantido em abdução de 90 graus. Nesta afecção, a dor é mais
intensa durante a adução passiva horizontal, praticada adiante do corpo.
Fonte: Jenner Randam