9 - BENEFÍCIOS PARA A FAMÍLIA
Assim que o ritmo das mamadas se
estabelece mãe e filho ganham segurança para enfrentar dificuldades que possam surgir.
Esta relação interfere em toda a família, a perda do vínculo entre a mãe e o bebê
gera um desgaste além do natural para todos de casa.
Dentre os benefícios da família,
destacamos o fator econômico. Uma criança amamentada exclusivamente com leite em pó
necessita mais de 1 lata do produto por semana, sem contar os gastos com mamadeiras,
bicos, chucas, gás ou energia elétrica entre outros. Todos esses gastos podem chegar a
consumir até meio salário mínimo no Brasil.
As vantagens financeiras não param
por aí, seguem por toda a vida, pois as pessoas não amamentadas precisam mais de
médicos, remédios, internações, tratamentos com fonoaudiólogos e psicólogos,
aparelhos ortodônticos, fisioterapia e técnicas de reeducação postural.
A educação se inicia através da
amamentação, ela possibilita de maneira disciplinada a percepção da criança quanto
às regras do mundo, mais especificamente da família, onde ela irá se desenvolver. Essas
regras não significam algo monótono ou repetitivo e sim a sintonia com a natureza que
atua sobre o ser humano e vice versa.
A amamentação contribui para a
saúde e qualidade de vida de toda a família, muito além do dinheiro, os problemas
acarretados pela mamadeira, tomam muito tempo, quando existe saúde a família está
sempre em harmonia pronta para aproveitar a vida.
10 - ALTERNATIVAS NA IMPOSSIBILIDADE DO ALEITAMENTO
Antes de falarmos dos problemas que
podem levar uma mãe a não amamentar seu filho, gostaria de deixar claro que todas as
informações passadas até aqui têm como principal objetivo orientar as mães quanto à
importância do aleitamento materno, e que esta decisão de amamentar ou não, cabe à
mãe. Algumas vezes mesmo que a mãe tenha decidido amamentar, pode não ser possível em
razão de obstáculos que independem de sua vontade, por exemplo, doenças físicas ou
psíquicas. Principalmente nesses casos deve prevalecer o amor materno, que vai muito
além do leite, prova disso é que o pai tem tanto amor quanto a mãe, independente do
leite.
Biologicamente as mamas de qualquer
mulher estão sempre prontas para produzir leite quando do estímulo da ordenha, uma
mostra disso são as mães adotivas que produzem leite quando oferecem o peito e decidem
amamentar o filho adotivo. Como já dissemos a produção de leite se dá por um reflexo
neuro-hormonal e quanto mais se mama mais leite é produzido.
O problema é de ordem social onde
ansiedades, tensões, dúvidas, estresse e inseguranças inibem a produção do leite e
perturbam ainda mais a mãe. Neste caso pai, familiares e amigos devem contribuir para que
o ambiente se torne tranqulio e possibilite à mãe, se desejar, buscar a relactação,
pois não significa que se o bebê não mamou por uma semana ou mais, que o aleitamento
não possa ser reiniciado ou até iniciado, no caso do bebê ainda não ter mamado.
Deve-se recorrer aos grupos de apoio
à amamentação, que estão preparados para ajudar nestes momentos difíceis.
O mais importante é que no período
em que o bebê não mamar no peito, outro leite seja dado mas nunca utilizando-se
mamadeira, deve-se dar preferência ao leite dos Bancos de Leite Humano, sempre usando
colher ou copinho.
O que realmente impede o aleitamento
materno são as doenças físicas, já dissemos anteriormente que o leite é parte do
corpo da mãe, portanto as denças podem ser transmitidas ao bebê. Um exemplo disso são
as portadoras do vírus HIV, que quando não transmitem o vírus na gestação ou no
parto, não devem amamentar seu filho, recorrendo aos Bancos de Leite através das normas
descritas acima, ou permitir que outra mulher, via de regra a avó da criança, amamente
seu filho.
Deve-se distinguir porém, doenças
em que não há o menor problema em amamentar, por exemplo, mães com anemia são
beneficiadas com a não menstruação no início do aleitamento. Enfim, essas alterações
devem ser avaliadas pelo médico que orientará se a mãe deve ou não amamentar.
11 - ORIENTAÇÕES PARA UM DESMAME SAUDÁVEL
Deve ficar claro que o início do
desmame ocorre aos 6 meses de idade e significa a introdução de novos alimentos na dieta
do bebê, e não a suspensão do leite materno que deve continuar até os 24 meses da
criança.
Esses períodos são referentes à
natureza da criança e devem ser seguidos dentro das possibilidades da mãe.
Hoje em dia a maior preocupação
das mulheres é a volta ao emprego, por lei as mães têm 4 meses de licença maternidade
e se a gestação for bem planejada pode-se aproveitar ainda 1 mês de férias,
totalizando 5 meses em contato direto com o bebê. Na volta ao trabalho a mãe ainda conta
com 2 pausas de 30 minutos ao dia, uma a cada 4 horas trabalhadas, até os 6 meses de
idade do bebê.
No caso da mãe não morar próximo
ao local de trabalho ela pode seguir as seguintes dicas:
Uma ou duas semanas antes de
voltar ao trabalho, começar a tirar o leite através da ordenha manual e acondicioná-lo
para fazer um estoque.
Amamentar antes de sair de casa para o
trabalho e assim que retornar. Amamentar durante a noite.
No trabalho, retirar o leite, tantas vezes
quanto o bebê mamaria se estivesse com a mãe.
Nos dias de folga, oferecer o peito à
vontade.
Na ausência da mãe, quem ficar
responsável pelo bebê deve dar o leite estocado sempre em xícara ou copinho, NUNCA usar
mamadeiras.
Para as mães que trabalham, estas dicas
ajudam a manter a criança até os 6 meses somente com o seu leite.
A partir do sétimo mês já podemos
então introduzir os novos alimentos. O primeiro contato deve ser com as frutas, através
delas a criança refinará seu paladar em relação ao açúcar, o qual já estava
presente no leite materno (lactose).
A sugestão é um suco de laranja
lima pela manhã e uma fruta raspada, por exemplo meia maçã, à tarde. É muito
importante a maneira pela qual os alimentos são preparados e oferecidos, devem ser
raspados com uma colher, amassados com um garfo ou passados em uma peneira, para mantermos
a maior integridade dos alimentos. Os sucos de frutas espremidas devem ser oferecidos
sempre em copos ou xícaras, NUNCA em mamadeiras. A mesma fruta deve se repetir por 5 a 7
dias para que a criança defina o paladar daquele alimento. Após esse período mudam-se
as frutas e segue-se aproximadamente 1 semana. Pode-se usar banana, mamão, caqui, pêra,
uva ou outras frutas da estação, sempre atentos ao preparo e maneira de servi-las.
A partir do oitavo mês, a criança
deve começar a despertar para o sal através de sopas e papas de verduras, lembramos que
a origem desses alimentos é muito importante dando-se preferencia aos de adubação
orgânica ou biodinâmica. Cuidados também devem ser tomados quanto ao preparo, no
cozimento deve-se escolher entre panela de esmalte, porcelana ou pirex, evitando alumínio
e panela de pressão, usar quantidade adequada de água e a panela tampada, não
desperdiçando no vapor da sopa os seus sais minerais. Pode-se usar cenoura, beterraba,
mandioquinha, escarola, almeirão, espinafre, pimentão, chuchu, brócolis, etc. O
importante é que haja em todas as sopas um equilíbrio entre raízes e tubérculos,
folhas e talos, e flores e frutos, onde os 3 grupos devem estar presentes. O sal sempre em
quantidade mínima.
Nesta idade já estão presentes os
primeiros dentes e mesmo sem eles é importante que haja estímulo através de alimentos
duros, torradas, crostas de pão integral ou mesmo pão amanhecido são indicados.
Por volta de 12 meses se inicia o
contato do bebê com as carnes, pode-se começar com as carnes brancas, iniciando com os
caldos e posteriormente a própria carne, por exemplo, numa canja inicia-se com o caldo e
quando o bebê se acostuma com o paladar oferecemos a carne. Em seguida se oferece a carne
vermelha da mesma maneira. Assim como nos vegetais, devemos procurar as carnes de animais
saudáveis, como frangos sem hormônio e os chamados bois verdes.
O aleitamento que se iniciou com 8
mamadas por dia, no começo do desmame pode passar para 4 mamadas e 2 refeições com
frutas, posteriormente 3 mamadas e 2 refeições com sopas e depois 2 mamadas mais as
carnes, frutas e verduras. Passa-se a 1 mamada por volta dos 18 meses e aos 24, com a
falta de estímulo o leite materno deixa de ser produzido.
Apesar dessas orientações
mostrarem-se trabalhosas, vale a pena manter este equilíbrio durante os primeiros 24
meses de vida do bebê, para que este inicie a vida cheio de saúde.
12 - AMAMENTAÇÃO NA ODONTOLOGIA
Todo dentista sabe da importância
da amamentação para um bom desenvolvimento dos ossos e músculos da face. Quando o bebê
nasce a maxila e principalmente a mandíbula, necessitam de estímulo para se desenvolver
e poder realizar suas funções. Podemos dizer que a boca do recém nascido ainda requer
um certo tempo e muito exercício para funcionar por toda a vida, aliás nem dentes ela
possui.
Há muito tempo que a odontologia
pesquisa a cura para os problemas da boca, em especial a cárie e o tártaro,
responsáveis pela perda precoce de dentes. Já se fala em vacina contra as bactérias
tidas como as principais responsáveis pela formação das cáries.
O fato é que estamos chegando às
mesmas conclusões que a medicina já havia descoberto anos atrás, a prevenção é o
melhor negócio, mais barato, mais rápido e muito menos dolorido.
Muito além de técnicas de higiene
bucal, dos medicamentos de uso tópico ou mesmo por via oral, que são muito importantes
no controle dos índices de cárie, a prevenção a qual me refiro é a amamentação.
O encaixe correto dos dentes é dado
pelo equilíbrio de músculos como a língua, bochecha e lábios e um desenvolvimento
harmônico das bases ósseas que os sustentarão.
Os dentes se desenvolvem, assim como
as crianças, de maneira ritmada, demora aproximadamente 24 meses para todos os dentes de
leite se posicionarem na boca, período semelhante ao que a criança deve permanecer sendo
amamentada. Aliás a erupção do primeiro dente de leite, por volta dos 6 meses de vida,
indica o fim do aleitamento materno exclusivo e a introdução de outros alimentos.
A criança que possui 20 dentes de
leite terá no futuro 32 dentes permanentes, que erupcionam entre 6 e 21 anos. Para que
todos esses dentes tenham espaço é fundamental o aleitamento materno e uma dieta
composta por alimentos duros que ofereçam resistência ao complexo maxilo-mandibular.
Infelizmente hoje em dia é tão
raro encontrar um adulto com 32 dentes quanto uma criança em aleitamento materno até os
2 anos, os indivíduos possuem cada vez menos espaço para o posicionamento adequado de
todos os dentes, resultando num índice muito alto de extrações dentárias por falta de
espaço bucal.
O uso de aparelhos ortodônticos tem
sido cada vez mais frequente, na tentativa de corrigir esse desenvolvimento insuficiente
das arcadas dentárias pela falta da amamentação.
O alinhamento correto dos dentes
não é meramente um fator estético, interfere na trituração completa dos alimentos,
facilitando a digestão destes, contribui com a fonação, permitindo uma pronúncia
adequada das palavras, colabora ainda para uma boa postura evitando problemas de coluna,
como lordose, sifose, escoliose, etc.
Dentes bem posicionados possibilitam
uma higienização bucal eficiente e a eliminação da placa bacteriana.
Dentre os respiradores bucais, a
grande maioria não foi amamentada sequer por 3 meses, mas usaram e abusaram de mamadeira
e chupeta. Eles possuem a boca sempre seca, impedindo que a saliva realize sua função de
limpar os dentes e gengivas, também apresentam muitos problemas com amigdalites e
adenóides hipertróficas devido a este ressecamento, têm ainda dificuldade de escovar os
dentes por causa da respiração.
13 - PRODUTOS QUE PREJUDICAM A AMAMENTAÇÃO
O insucesso da amamentação na
maioria das vezes está relacionado a produtos e hábitos que favorecem o desmame. É
preciso ficar atento e impedir que estes produtos sejam oferecidos logo na primeira
dificuldade como algo que possa resolver o problema, ou pior, que eles sejam usados como
se fossem essenciais.
A principal inimiga do aleitamento
materno é a mamadeira, o motivo é a confusão de bicos que atrapalha o bebê, quando
este, ora ordenha o mamilo materno, ora suga o bico de borracha. Além disso quanto menos
estímulo menor é a quantidade de leite produzido.
Este produto foi desenvolvido para
as mães impossibilitadas de amamentar, o problema é que a mamadeira não permite que o
bebê pratique a ordenha, mas simplesmente faça a sucção, que nada mais é que uma
pressão negativa, utilizando músculos totalmente diferentes aos usados na ordenha que
trabalha os chamados músculos da mastigação.
Qualquer que seja a mamadeira, com
bico ortodôntico ou não, sempre trará prejuízo à saúde do bebê. Na impossibilidade
do aleitamento materno deve-se usar copos ou xícaras, dessa maneira mesmo faltando o
exercício promovido pela ordenha, não fortalecerá a musculatura inadequada utilizada na
sucção, que impede o desenvolvimento das arcadas dentárias.
Como a sucção dos bicos de
mamadeira não satisfazem o bebê, quase sempre surge um outro inimigo que causa grandes
estragos, a chupeta. Na maioria das vezes ela é introduzida quando a criança chora na
tentativa de amenizar essa tensão.
Além do mau físico, ela também
traz complicações psicológicas não só enquanto são sugadas, mas quando os pais
tentam interromper o seu uso. A tendência é que a criança supra esta falta,
desenvolvendo outros hábitos como chupar o dedo, morder o lábio ou bochechas, roer
unhas, morder lápis e caneta, etc.
De certa forma os profissionais da
área da saúde que estão envolvidos com o aleitamento materno, já vêm buscando
conscientizar os pais sobre os problemas causados pelo uso desses produtos, mas acho que
vale um alerta sobre a influência da mídia nestes hábitos. Hoje em dia é comum bonecas
virem com chupetas e mamadeiras, isto estimula a criança que aceita como normal estes
utensílios.
A imagem do bebê está vinculada a
chupetas e mamadeiras em comerciais e anúncios agressivos que prometem solucionar todos
os problemas das mães.
Deve-se tomar todo o cuidado na
escolha dos brinquedos das crianças, pois elas estão aprendendo enquanto brincam.
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14 - BENEFÍCIOS PARA A NATUREZA
Até agora falamos sobre as
vantagens para a saúde do bebê, da mãe e da família que o aleitamento materno
proporciona, vimos também o aspecto econômico e agora ampliaremos este impacto sobre a
natureza. Como já vimos anteriormente o leite materno é produzido na quantidade que o
bebê necessita, não havendo portanto desperdícios, outro fator é que as crianças
aproveitam quase tudo deste leite, produzindo uma quantidade menor de fezes, com isso o
número de fraldas, mesmo que descartáveis, é menor.
A maioria das mulheres que amamentam
por um longo tempo (24 meses) não menstruam durante aproximadamente 12 meses, reduzindo a
necessidade de absorventes e similares, produzindo menos lixo. Além do desperdício com
fraldas e absorventes, deve ser considerados os recursos gastos na produção destes. |
Para a produção de
leite industrializado é necessário uma quantidade bastante grande de gado leiteiro, cada
vaca consome em média 3,5 toneladas de vegetais por ano. Para se criar todo este pasto é
preciso retirar muitas árvores e as vezes as pessoas até queimam as florestas destruindo
várias espécies de animais e vegetais. O solo após esse desmatamento sofre com erosões
e também há um aumento na emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
Num processo de fabricação do
leite em pó e outros alimentos infantis exige-se aquecimento a altas temperaturas, o que
desperdiça muita energia elétrica, que é produzida em usinas hidroelétricas que
constumam ser caras e prejudiciais ao meio ambiente.
A quantidade de papel, papelão,
plástico e metal desperdiçados nas embalagens de leite, mamadeiras, bicos e chupetas,
que depois usados, a maior parte desses materiais não é reciclada e ficam poluindo o
planeta.
Os veículos utilizados para
transportar esses produtos pelo mundo todo desperdiçam milhões de litros de
combustível. Em casa as pessoas também gastam uma enorme quantidade de água, gás,
eletricidade ou lenha preparando e esterilizando mamadeiras.
O leite materno não gasta energia
extra para ser produzido, não usa embalagem, não precisa ser transportado para lá e
para cá, está sempre pronto para se tomar sem precisar ser aquecido.
15 - BANCOS DE LEITE HUMANO
A Rede Nacional de Bancos de Leite
Humano, recebeu esse ano em Genebra, na Suíça, o prêmio Sasakawa 2001, dado pela
Organização Mundial da Saúde, como reconhecimento pelo avanço da saúde infantil no
país proporcionado pela Rede. Ela foi criada em 1985 e já conta com 136 centros
espalhados pelo Brasil, tem cadastradas 151 mil doadoras. Desde 1998, foram captados 217
mil litros de leite que beneficiaram 288 mil recém nascidos.
O Instituto Fernandes Figueira
(IFF), da Fiocruz, recebe o apoio do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro no programa
Bombeiros do Peito. Uma equipe da IFF treina esses profissionais que passam diariamente
recolhendo leite nas casas das doadoras e orientando-as sobre cuidados da amamentação. A
iniciativa tem dado resultados tão positivos que mais 3 cidades, Recife, Natal e Juiz de
Fora, devem implantar o projeto ainda este ano.
É fundamental que sejam feitos
exames para avaliar a saúde da doadora, afim de evitar o risco de infecções para as
crianças que receberão o leite.
Os cuidados para retirar e conservar
o leite adotados pelos Bancos de Leite, podem ser seguidos pelas mães que não podem
ficar com seus filhos até os 6 meses de vida.
Lavar bem as mãos e escovar
inclusive as unhas para remover as impurezas ali depositadas.
Evitar respirar sobre o recipiente onde o
leite está sendo acondicionado, evitando contaminá-lo com gotículas de saliva ou
espirro.
Pegar um vidro, tipo maionese, com tampo
de plástico com rosca, lavar bem com água e sabão, retirar o rótulo e o papelão da
tampa, e ferver tudo por 5 minutos imersos totalmente na água.
Colocar um rótulo no vidro com nome e
data em que as ordenhas foram realizadas.
Retirar o leite através de ordenha manual
e colocá-lo diretamente no vidro, pode-se usar o mesmo vidro durante algumas ordenhas
até enchê-lo completamente.
O leite pode permanecer em geladeira por
24 horas e no freezer por 15 dias.
Para ser dado ao bebê deve ser
descongelado e aquecido em banho maria. O leite descongelado e não usado deve ser jogado
fora, não podendo ser reutilizado.
Nunca deve-se utilizar mamadeira.
Na cidade de
São Paulo:
Hospital Darcy Vargas -
3721-3688
Hospital Ipiranga - 215-7799
Hospital e Maternidade Leonor Mendes de
Barros - 292-4188
Hospital Regional Sul - 5522-6033
Hospital do Servidor Público Estadual -
5088-8172
Hospital Universitário - 3818-7757
Hospital Interlagos - 5666-0222
Hospital Mandaqui - 6959-3611
Hospital e Maternidade Escola V. Nova
Cachoeirinha - 3859-4122
Hospital e Maternidade Santa Joana -
5080-6062
Maternidade Promatre Paulista -5088-8172
Hospital São Luiz - 3040-1362
Hospital Israelita Albert Einstein -
3747-2734
Na grande
São Paulo:
Cotia - 7924-8477
Itapecirica da Serra - 495- 3033
São Bernardo do Campo - 4365-1480
16 - TABUS, LENDAS E MITOS
Nesse capítulo vamos tentar
esclarecer algumas crendices populares que não possuem embasamento científico, mas ainda
assim são passadas por parte da população e por algumas publicações.
Existe leite fraco?
Não. O leite humano é o melhor
alimento, ele é balanceado de acordo com a necessidade do bebê, se transforma durante
cada mamada, oferecendo nutrientes em quantidade e qualidade ideal. Até mães desnutridas
são capazes de produzir um leite que é o melhor alimento para seus bebês.
Posso não ter leite
suficiente para meu bebê?
Toda mulher tem a capacidade de
produzir leite materno, quanto mais o bebê mama, mais você produz leite. O leite é
produzido de acordo com a demanda da ordenha.
Devo passar algum
creme nas mamas?
A região da aréola e mamilo não
devem receber nenhum tipo de hidratante, pois existem secreções na própria aréola que
lubrificam e protegem a região. Pode-se usar cremes nas demais regiões do peito, mas
nunca na região mamilo-areolar.
O tamanho da mama
influencia na produção de leite?
Não. O que interfere no tamanho da
mama é a quantidade de gordura acumulada ao longo dos ductos, mas a produção do leite
é devido a um reflexo neuro-hormonal.
Posso amamentar após
a cesariana?
Sim. Após a cesariana você pode
ter um pouco mais de dificuldade, afinal você está se recuperando de uma cirurgia, mas
ainda assim deve oferecer o peito frequentemente para que se estabeleça a produção de
leite. Deve-se ter cuidado em relação a posição do bebê sobre a mãe.
O bebê necessita
tomar água?
Até o sexto mês de vida o
organismo do bebê só está pronto para receber o leite materno, este supre todas as
necessidades, inclusive de água. Qualquer outro alimento introduzido neste período só
prejudicará o bebê.
Pode-se usar chupetas
ou mamadeiras ortodônticas?
Não. Qualquer mamadeira prejudica o
aleitamento materno, pois causa confusão de bicos e o bebê acaba largando o peito, por
consequência este deixa de produzir o leite. Chupetas são totalmente desnecessárias
quando o bebê é saciado no peito.
Devo comer ou beber
algo especial para produzir mais leite?
O mais indicado é beber muita
água, pode se lançar mão de chás que estimulam a lactação através de plantas
lactagogas. Se o bebê tiver muitas cólicas além do terceiro mês, deve-se rever a
alimentação da mãe.
Posso usar pílulas
anticoncepcionais durante a amamentação?
Não se aconselha o uso de pílulas
à base de estrógeno, pois podem diminuir a produção do leite. Se fizer questão de um
método hormonal, procure as pílulas à base de progesterona, fale sobre isso com seu
ginecologista.
Como proceder no caso
de um bebê prematuro?
Cada vez mais hospitais brasileiros
estão adotando o método Mãe Canguru ao invés da tradicional incubadora. O bebê fica
em contato direto com o peito da mãe e recebe o leite da mãe ou de um Banco de Leite
Humano através de uma sonda. Quando ele estiver maior e em condições de mamar, a mãe
oferece o peito naturalmente. Se necessário, faz-se a relactação da mãe.
É possível amamentar
um filho adotivo?
Sim. Toda mulher é capaz de
produzir leite. Basta colocar o bebê para estimular a mama que por volta de 1 semana
haverá leite. Neste período pode-se usar uma cânula fina junto ao mamilo introduzindo
leite para que o bebê sinta que a ordenha está dando resultado.
Cirurgias de mama
impedem a amamentação?
Não. No caso dos implantes de
silicone não há prejuízo da função, pois o material é colocado entre a glândula e o
músculo, ou abaixo do músculo sendo esta opção funcionalmente melhor embora o
resultado estético seja menos satisfatório. No caso das reduções de mama, os médicos
tomam cuidado para não romper os ductos lactíferos, o que diminuiria a possibilidade de
amamentar.
17 - CONCLUSÃO
O manual foi criado para encorajar
as mães quanto as possibilidades do aleitamento materno. Tentamos passar de maneira
humana e carinhosa informações e técnicas sobre o assunto para trazer confiança e
tornar as mulheres mais seguras.
Não queremos de maneira alguma que
as mães que, ainda assim, não tiveram sucesso na amamentação se sintam culpadas, pois
nada substitui o amor materno.
REFERÊNCIAS
BURKHARD, G. K., "Novos caminhos de alimentação" vol. 3, S. Paulo: CLR
Balieiro, 1984.
CAMARGO, M. C. F., "Atualização na Clínica Odontológica: Programa Preventivo de
Maloclusões para bebês", 18. CIOSP, 1998.
CAMPOS, M. A. B. , "Construção Social da Prática do Aleitamento Materno Através
dos Tempos", Revista Pediatria Atual vol. 12, n.8 - Ago 1999.
Conselho de Mães Lactantes da Associação de Boston para Orientação ao Parto,
"Amamentando seu bebê: Guia prático para a nova mãe", S. Paulo: Paulinas,
2000.
LOTHROP, H., "O livro da amamentação", S. Paulo: Paulinas, 1999.
MITCHELL, H. S. , RYNBERGEN, H. J., ANDERSON, L. e DIBBLE, M. V., "Nutrição",
S. Paulo, 1978.
PRYOR, K., "A arte de amamentar", S. Paulo: Summus, 1981.
VINHA, V. H. P., "O livro da amamentação", S. Paulo: CLR Balieiro, 1999.
WOESSNER, C. , LAUWERS, J. e BERNARD, B. "Amamentação hoje", S. Paulo:
Paulinas, 1999.
WOLFF, O. , "O que comemos, afinal ?", S. Paulo: Antroposófica, 2000
Autor: Dr.
Alexandre Rabboni
Apoio: Weleda - 0800-55-3266 (Peça um exemplar gratuito) |