Em princípio, sempre
que existir sintomatologia diurna evidente, deve-se considerar a instauração do
tratamento. Independente disso, a terapêutica deverá ser iniciada quando se objetivar um
IAH superior a 20 dado que, apesar de poucas, existem algumas evidências que demonstram
que a sobre vida destes pacientes diminui a partir desta cirfa, basicamente pelo
aparecimento de complicações cardiovasculares.
MEDIDAS GERAIS
As recomendações tidas como medidas
gerais incluem a instituição de dieta hipocalórica nos casos de obesidades, abandono de
ingestão de bebidas alcoólicas, de sedativos, em especial antes de dormir, manter uma
boa higiene do sono, assim como tratar as doenças de base que se associam com SAOS
(hipotireoidismo, acromegalia). A terapêutica medicamentosa tem um modesto papel na
abordagem da apnéia obstrutiva. A utilização dos anti-depressivos tricíclios podem ter
um efeito inibidor do sono REM, dificultando a identificação de apnéias que ocorram
predominantemente nesta fase.
Na presença de anomalias anatômicas
específicas tais como, hipertrofia de amídalas e adenóides, micrognatia, etc, estará
indicada a cirurgia dirigida a corrigir estes defeitos.

CPAP -BIPAP
O tratamento atual se divide em 3
modalidades, tendo como base a frequência das apnéias (IAH), a presença ou não das
anomalias anatômicas referidas, a fragmentação do sono, obesidade e idade entre outras.
O tratamento mais indicado numa grande parte dos pacientes é a prótese
ventilatória-CPAP ou BIPAP, que consiste na aplicação de uma pressão positiva
contínua (mediante um compressor de ar e máscara nasal) que mantém permeável a via
aérea superior, impedindo seu colapso principalmente na fase inspiratória. O nível
ideal de pressão de CPAP entre 6-12 cm H2O costuma ser suficiente para a maioria dos
pacientes. em casos em que se necessita pressões muito elevadas estaria indicada a
utilização do BIPAP.
Aparelho oral
Uma alternativa para o tratamento do
ronco e da Apnéia Obstrutiva de leve e moderada intensidade. O ronco que afeta uma grande
parcela de indivíduos em nossa sociedade criando problemas sociais e incômodo a outras
pessoas, pode ser prenúncio de um sério problema médico. Nem todo roncador tem problema
de apnéia, porém, quase todo indivíduo que tem apnéia é roncador. Conseqüentemente,
o roncador pode estar escondendo uma importante apnéia.
O tratamento com aparelho oral é feito
por um dentista especialista, habilitado à manusear aparelhos orais para tratamento do
ronco ou da Apnéia Obstrutiva. Após o exame do paciente avaliando a oclusão dentária,
ATM (Articulação Temporo-Mandibular), hábito intra-oral, dentes, tecido periodontal
etc, o dentista solicita radiografias panorâmicas e cefalométricas em três posições e
modelos, definindo assim, qual o tipo de aparelho oral a ser indicado: reposicionador
mandibular, retentor lingual ou outras modalidades de aparelho.
Aparelho Intra Oral
O aparelho oral é confortável feito de uma
resina termo elástica com um expansor metálico que permite o movimento lateral, vertical
e reposicionamento protusivo da mandíbula, progressivamente até a eliminação do ronco
ou da Apnéia Obstrutiva.
O paciente dormirá todas as noites com o
aparelho, ficando sob assistência do dentista.
O aparelho oral reposicionador mandibular ou
retentor lingual vem sendo usado no Canadá e nos Estados Unidos, desde 1987, para o
tratamento do ronco ou Apnéia Obstrutiva leve ou moderada. Para o roncador o aparelho tem
uma eficácia de até 95% e para o apnéico de leve a moderada intensidade de até 80%.
Porém, o aparelho reposicionador mandibular ou retentor lingual só deve ser colocado por
profissional treinado, capacitado e por indicação médica após a polissonografia e o
diagnóstico da referida doença.
A indicação cirúrgica representa a
terceira modalidade de tratamento. A traqueostomia foi inicalmente utilizada, tendo sido
abandonada por suas complicações, efeitos colaterais e surgimento de outras técnicas
sirúrgicas. A uvopalatofaringoplastia é geralmente utilizadas em pacientes com
obstrução a nível da orofaringe, podendo ser realizada por cirurgia convencional, a
raio lazer ou, mais recentemente, por ondas de rádio freqüência que é uma forma de
energia térmica de alta voltagem. Outras modalidades de cirurgia são também indicadas
em menor freqüência tais como: cirurgia maxilofacial com miotonia e suspensão do
hióide na obstrução a nível da base da língua osteotomia mandibular com avanço do
genioglosso na obstrução a nível retroglossal; glossectomia na vigência de
macroglossia; osteoeomia mandibular e maxilar associada a tratamento ortodôndico entre
outras.
Em alguns casos o tratamento deverá ser
modificado na dificuldade da adaptação ou aceitação pelo paciente ou distintas
modalidades terapêuticas poderão ser conjugadas ou associadas.
Autor : Dr. Ronaldo Gomes de Almeida
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