Mononucleose Infecciosa
Aspectos Clínicos
Descrição - É uma síndrome infecciosa que acomete principalmente indivíduos entre 15
e 25 anos de idade. Essa infecção pode ser assintomática ou apresentar-se com febre
alta, odinofagia, sintomas constitucionais, tosse, artralgias, adenopatia cervical
posterior simétrica, que pode se generalizar, esplenomegalia, hepatomegalia discreta,
raramente com icterícia, erupção cutânea, comprometimento do orofaringe sob a forma de
faringo-amigdalite exudativo. O paciente pode restabelecer-se em poucas semanas, porém
uma pequena proporção de doentes necessita de meses para recuperar seus níveis de
energia anteriores à enfermidade. Há controvérsias sobre a cronicidade da infecção.
Recentemente, tem estado associada à etiopatogenia de várias neoplasias e aumentado sua
importância após o aparecimento da aids.
Sinonímia - Angina monocítica.
Aspectos Epidemiológicos
Agente etiológico - Vírus Epstein-Barr
(VEB), da família Herpesviridae.
Vírus Epstein-Barr
Reservatório
- O homem.
Modo de transmissão - Inter-humano pelo
contato íntimo de secreções orais (saliva); é rara a transmissão através de
transfusão sangüínea ou contato sexual.
Período de incubação - De 30 a 45 dias.
Período de transmissibilidade - Pode durar
um ano ou mais.
Complicações - Anemia hemolítica,
trombocitopenia, granulocitopenia, meningite, encefalite, neurite óptica e retrobulbar,
neuropatia do plexo braquial, mononeurite multiplex, mielite transversa, síndrome de
Guillain-Barré, rutura esplênica, infecção crônica pelo VEB.
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico - Clínico, associado ao leucograma, que revela leucocitose
com elevada linfocitose atípica. Para confirmação laboratorial, pode-se usar:
a) resposta sorológica: presença de
anticorpos heterófilos e/ou presença de anticorpos específicos;
b) demonstração do vírus, antígenos virais ou DNA viral: cultura,
hibridização com sondas de ácido nucléico, PCR.
Diagnóstico
diferencial - Infecção pelo citomegalovírus, Toxoplasma gondii,
leptospirose, infecção aguda pelo vírus da imunodeficiência, hepatite viral, rubéola,
linfoma, leucemia aguda, drogas (definelhedantoína, ácido paraminossalicélico,
isoniazida).
Características epidemiológicas - É uma
doença cosmopolita. No Brasil, revela uma prevalência maior em crianças do que em
adultos, porém a suscetibilidade é geral. Seu reconhecimento é necessário pela forte
associação com neoplasias.
Vigilância Epidemiológica
Objetivos - Não se desenvolve ações específicas de Vigilância
Epidemiológica.
Notificação - Não é doença de
notificação compulsória.
Medidas de Controle
Não é necessário o isolamento do paciente na fase aguda; vacinas ainda estão em
desenvolvimento; evitar contato com saliva de pessoas portadoras do VEB, durante o Período de transmissibilidade.
Fonte: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica 1998. 1998.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde
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